sábado, 12 de setembro de 2009

PIB BRASILEIRO EM CRESCIMENTO!


O anúncio do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre de 2009 voltou a animar especialistas e governistas. Para o presidente Lula, por exemplo, o aumento da soma das riquezas produzidas no Brasil mostrou que o país estava muito mais preparado para enfrentar a crise mundial do que os Estados Unidos e nações da Europa. No entanto, desde outubro – um mês depois que a crise chegou ao Brasil, segundo economistas ela apareceu por aqui em setembro a partir da intervenção do governo americano no banco de investimentos Lehman Brothers – as despesas da União com pessoal e encargos sociais (folha salarial, previdência, etc.) crescem em ritmo mais acelerado do que os investimentos (execução de obras e compra de equipamentos).

De acordo com dados do Orçamento Geral da União (OGU), entre novembro de 2007 e setembro de 2008, mês inicial da crise no Brasil, ou seja, 11 meses antes, os gastos com pessoal dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) somaram R$ 125,5 bilhões. Já entre outubro de 2008 e agosto deste ano, 11 meses depois dos primeiros sintomas da crise no país, os mesmos gastos alcançaram R$ 149,2 bilhões. Ou seja, a União desembolsou 19% a mais com pagamento de pessoal no período pós-crise ante o período que antecedeu o colapso.

Enquanto isso, houve um acréscimo mais tímido com os investimentos públicos. No período novembro de 2007 a setembro de 2008, a União desembolsou R$ 23,8 bilhões em obras e compra de equipamentos. Entre outubro de 2008 e agosto deste ano, o montante aplicado foi de R$ 25,4 bilhões, cerca de 7% a mais sobre o período anterior. Clique aqui para ver quadro com dados das despesas com pessoal e encargos sociais e dos investimentos nos dois períodos citados.

Procurado pelo Contas Abertas para comentar os números, o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, foi enfático: aumentar os investimentos em ritmo mais lento do que os gastos correntes não é positivo para a economia brasileira. Isso porque, segundo ele, no futuro, quando a política anticíclica não for mais necessária para minimizar os efeitos da crise, o gasto público terá de recuar. “Dá para cortar investimentos. O que não dá para reduzir é despesa com pessoal e previdenciária. Investir mais neste momento é o mínimo que pode ser feito para ajudar a reverter um quadro de crise”, afirmou Velloso.

Para o economista Delfim Netto, em entrevista ao UOL sobre os números do PIB, a combinação entre o comportamento dos bancos centrais, das políticas anticíclicas e de uma “certa flexibilidade da economia” está funcionando. “Ninguém sabe quais são os efeitos desses fatores. Mas uma coisa é certa: estão pondo para funcionar outra vez o sistema. A resposta brasileira, honestamente, foi uma resposta até otimista”, comentou, referindo às ações que o Brasil tomou frente à crise global.

Investimentos são os maiores desde pelo menos 2001

Mesmo com o crescimento de maneira mais tímida em comparação com as despesas com pessoal, os investimentos realizados pela União vêm aumentando nos últimos anos. O governo federal, junto com o Legislativo e o Judiciário, desembolsou R$ 16,3 bilhões em execução de obras e compra de equipamentos entre janeiro a agosto de 2009. É o maior valor para o período desde pelo menos 2001, em valores atualizados

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