terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

LÍDERES QUE FARÃO DIFERENÇA EM 2009.


Líderes


Peter Yang - Revista Exame.


Poucas vezes na história recente líderes fizeram tanta diferença - para o bem e para o mal.

Num momento em que a economia mundial vive um período crítico e em que as expectativas em relação ao futuro (dias, semanas, meses, anos à frente) são enormes, a liderança ganha um novo significado. As decisões que os homens aqui retratados tomaram em 2008 serão determinantes para moldar o insondável ano de 2009 e poderão redefinir o que chamamos de líder Barack Obama Presidente dos Estados unidos Seu nome é esperança Barack Obama tem data marcada para começar a governar a maior economia do mundo - 20 de janeiro de 2009 -, mas, aconteça o que acontecer, seu nome já foi escrito na história. Eleito graças às aspirações por mudança do povo americano, Obama não tem alternativa senão a transformação radical da maior potência econômica do planeta. Seu governo terá necessariamente de ser de ruptura com o passado. E isso não é uma previsão - é a lógica. Aos 47 anos, Barack Obama terá em mãos um país humilhado por seus próprios erros e esperançoso em sua histórica capacidade de recuperação e inovação. O próprio senador democrata é a primeira manifestação dessa capacidade. Nunca um político negro havia se candidatado à Presidência dos Estados Unidos, uma sociedade que 40 anos atrás acreditava na segregação racial. Pois Obama, um desconhecido ativista de Illinois, concorreu - e ganhou. Era de supor que ele, como tantos outros negros americanos bem-sucedidos, levasse a bandeira racial para conquistar parte do eleitorado. Mas Obama sabia que não iria a lugar algum com divisões. Desde o início, apelou a cada americano - branco ou negro, pobre ou rico, liberal ou conservador. Essa enorme capacidade de agregar, a descoberta de um desejo latente por mudança e um brilhantismo midiático deram-lhe a vitória nas urnas. Seu tom conciliador tem aparecido na montagem da equipe que será responsável por lidar com a maior crise econômica das últimas décadas. Obama chamou para seu lado sua maior oponente política, a senadora democrata Hillary Clinton. Melhor perto do que longe. Além de Hillary, seu time conta com estrelas como Timothy Geithner, atual presidente do Federal Reserve de Nova York e futuro secretário do Tesouro; o explosivo e genial economista de Harvard Larry Summers, que dirigirá o Conselho Econômico Nacional; e o veterano Paul Volcker, ex-presidente do Fed, que chefiará uma comissão que criará uma nova moldura regulatória para Wall Street. Espertamente, sob os holofotes Obama mantém uma cuidadosa distância de Bush, a fim de não se deixar contaminar pela inacreditável impopularidade do atual presidente. Mas as ligações telefônicas entre a Casa Branca e o quartel-general da equipe de Obama, em Chicago, são longas e freqüentes. À medida que a crise atinge a economia real e se espalha pelo mundo, Obama se vê diante do imenso desafio de não decepcionar a quem ele seduziu com suas promessas de esperança. "O grande talento de Obama como orador está em sua capacidade de inspirar as pessoas", diz o cientista político David Epstein, da Universidade Columbia. "Mas, numa crise como essa, além de coordenar sua equipe, ele precisará explicar ao cidadão comum assuntos complexos e decisões impopulares." É em momentos difíceis que líderes como Barack Obama têm a chance de mostrar seu real valor. Angela Pimenta Henry Paulson e Ben Bernanke Secretário do Tesouro e Presidente do FED Um incêndio por dia O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, e o presidente do Fed, o banco central americano, Ben Bernanke, encararam a tarefa mais espinhosa de 2008: controlar os efeitos da maior crise financeira desde a Grande Depressão. Eles pareciam ter o currículo ideal para a missão. Ex-acadêmico de Princeton, Bernanke dedicou anos de estudos ao crash de 1929 e é considerado um dos maiores especialistas no assunto. Paulson conhece de perto o cenário de pouca regulamentação e de ganhos milionários que deu origem à turbulência. Antes de entrar para o governo, passou três décadas no banco de investimento Goldman Sachs, de onde saiu em 2005 como presidente - e com mais de 500 milhões de dólares no bolso. As experiências do passado, porém, não foram suficientes para assegurar tranqüilidade no presente. Paulson e Bernanke parecem ter descoberto, tarde demais, que a alavancagem dos bancos de investimento superava em 30 vezes seu patrimônio. Devastado, o Lehman Brothers foi deixado à própria sorte, quebrou e, desde então, Paulson e Bernanke passaram a conviver com uma crise diária e de efeitos imprevisíveis. Desde setembro, eles fizeram mais intervenções no mercado do que qualquer um de seus antecessores. Apenas o plano de resgate de 700 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em outubro supera o total de empréstimos feitos em 64 anos de história do Fundo Monetário Internacional. Apesar dos esforços, não houve como impedir que a crise que se desenhava desde 2007 ganhasse força surpreendente. A atividade industrial nos Estados Unidos caiu para o menor nível desde 1982 e, em dezembro, foi divulgado que o país está em recessão há um ano. O reflexo dessa retração sobre o nível de empregos foi fulminante. Apenas em novembro, empresas americanas eliminaram 533 000 empregos - o pior resultado desde 1974. Em dezembro, numa jogada do tipo "tudo ou nada", o Fed reduziu a taxa de juro a praticamente zero, o nível mais baixo desde a década de 50. Se tudo correr como o esperado, as medidas tomadas pela dupla só devem começar a dar resultado em 2010, quando ambos já deverão estar longe do governo. Paulson deixa o cargo em janeiro de 2009, para dar lugar ao novo secretário do Tesouro, Timothy Greitner. Bernanke fica no posto por pelo menos mais um ano. Ambos podem entrar para a história como os articuladores do plano que debelou a maior crise financeira dos últimos 80 anos - ou como os responsáveis por ter jogado uma pá de cal na economia americana. Lucas Amorim



Rick Wagoner

Presidente da General Motors

O epitáfio do sonho americano

O que é bom para a General Motors é bom para os Estados Unidos." A frase de Charles Erwin Wilson, presidente da GM nos dourados anos 40, tornou-se célebre por retratar o poder de uma corporação diante de uma economia que se firmava como a maior do mundo. Quase 60 anos depois, a GM luta por uma sobrevida. Ninguém personifica com tanta propriedade o fim desse sonho americano quanto Rick Wagoner, executivo que comanda a companhia desde o ano 2000. Sob sua gestão, nos últimos cinco anos a GM perdeu 70 bilhões de dólares. Em 2008, as ações da montadora praticamente viraram pó e atingiram a cotação mais baixa de sua história. Em circunstâncias normais, Wagoner - ainda que carregando as conseqüências de erros alheios - estaria há muito tempo fora do jogo. Mas quem ambicionaria seu lugar hoje? Se não conseguir equacionar seu caixa, a GM corre o risco de fechar as portas - o que significa uma espada na cabeça não apenas de seus 325 000 funcionários mas de fornecedores e revendedores da marca. Não é mais verdade que o que é bom para a GM é bom para os Estados Unidos. Mas seu possível fim ainda é capaz de gerar pesadelos. Resta a Wagoner e a seus colegas das grandes de Detroit - Chrysler e, em menor medida, Ford - a humilhante alternativa de passar o chapéu junto ao governo. No final de dezembro, a Casa Branca decidiu emprestar cerca de 17 bilhões de dólares às três montadoras - um dinheiro que está longe de resolver o problema. Qualquer que seja o resultado da mendicância de Wagoner, não há dinheiro capaz de recolocar a empresa nos trilhos sem que ela seja submetida a um profundo choque de gestão. Com um portfólio de produtos que não atrai os consumidores e com custos de produção elevados (sobretudo por causa dos gastos com o plano de saúde dos funcionários e com o fundo de pensão dos aposentados), a GM ainda se movimenta como se estivesse no século passado. Lentidão e arrogância podem fazer parte de seu epitáfio. Cristiane Correa



Vikram Pandit

Presidente do citigroup

Salvo pela mão pesada do Estado

Quando o indiano Vikram Pandit assumiu a presidência do Citigroup, em dezembro de 2007, a crença de que o mercado financeiro tinha a capacidade de corrigir os próprios excessos era praticamente inquestionável. A demissão de seu antecessor, Charles Prince, logo depois de anunciar que os investimentos ligados a hipotecas causariam um prejuízo de 11 bilhões de dólares ao banco, foi um exemplo do poder que "a mão invisível" exercia sobre as instituições financeiras. Em 2008, Pandit tentou usar as leis do mercado para livrar o maior banco privado do mundo da crise financeira. Sua proposta para retomar o caminho da lucratividade foi demitir cerca de 20% do total de 375 000 funcionários espalhados pelo mundo e vender parte dos ativos do Citi que não faziam parte de sua atividade principal. A reestruturação, no entanto, não foi suficiente. Os investimentos no mercado imobiliário americano continuaram gerando prejuízos e Pandit não conseguiu conter os crescentes rumores de que a situação era insustentável. Para evitar o colapso, negociou um resgate inédito com o governo dos Estados Unidos. Por meio de um pacote de salvamento, o Tesouro americano injetou 20 bilhões de dólares no Citigroup e se comprometeu a cobrir até 306 bilhões de dólares em possíveis perdas vindas dos ativos imobiliários sem garantia. Em troca, o governo recebeu uma participação de quase 8% no capital do banco e exigiu reduções no pagamento de bônus aos executivos. A medida salvou a instituição dos erros do passado, mas a vida de Pandit não ficou exatamente fácil. A concorrência promete ser mais acirrada agora que o governo americano decidiu transformar bancos de investimento, como Goldman Sachs e Morgan Stanley, em bancos de varejo. Além disso, os prejuízos causados pela antiga forma de atuação das instituições de Wall Street devem tornar a regulação do setor mais rígida. Ao que tudo indica, Pandit terá de se acostumar com a mão pesada do Estado. Guilherme Fogaça


Henrique Meirelles

Presidente do Banco Central do Brasil

O atacado guardião da moeda Mesmo sob o fogo cerrado do PT, do próprio presidente Lula e de setores do empresariado - todos reclamando dos juros altos -, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não se comoveu. Em dezembro, durante sua última reunião, o Comitê de Política Monetária, presidido por Meirelles, decidiu manter a taxa de juro no patamar de 13,75% ao ano. No melhor estilo Meirelles, a resposta às críticas foi absolutamente técnica. Além de informar que considera derrubar os juros a partir de 2009, o comitê avisou que, se tal medida for tomada, ela será feita "tempestivamente", ou seja, no tempo oportuno, sem afobação. Tal advérbio - aliás, uma das palavras preferidas de Meirelles - já estava presente em seu discurso de posse, em 2002, quando prometeu ao mercado que, sob sua batuta, o BC daria continuidade a duas novidades introduzidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso: o regime de metas e o câmbio flutuante. Se no começo do ano Meirelles se confrontava com o risco de uma explosão inflacionária causada pelo aumento excessivo do consumo interno, hoje os perigos são maiores e de outra natureza: a desvalorização abrupta do real e a secura do crédito, que ameaçam o país com uma desaceleração brusca em 2009. A dois anos da próxima eleição presidencial, tudo o que o governo não quer é que a economia arrefeça - o que só faz aumentar a pressão sobre Meirelles. "Graças à sua experiência como banqueiro, tanto no BC quanto no setor privado, Meirelles tem uma compreensão aguda do funcionamento do sistema bancário, um trunfo importante em meio a um cenário tão incerto", diz Tony Crescenzi, economista-chefe da corretora americana Miller, Tabak. É difícil prever quanto tempo irá durar o mandato de Meirelles, que já cogitou deixar o BC para concorrer ao governo de Goiás, seu estado natal. Mas, até aqui, apesar de todo o calor do mercado, ele segue firme no papel de guardião da moeda.

Angela Pimenta



Roger Agnelli

Presidente da Vale

Um executivo colocado à prova Se 2008 tivesse terminado em outubro, o presidente da Vale, Roger Agnelli, teria comemorado o melhor ano da história da empresa. Seria o auge de uma trajetória espetacular trilhada pela companhia que Agnelli comanda desde 2001. Seria também o ápice de sua própria carreira. Até setembro, a Vale já havia lucrado 20 bilhões de reais - o equivalente a todo o resultado de 2007. As vendas de minério de ferro batiam recordes, puxadas pelo colossal crescimento da China. Naquele mês, a confiança de que o superciclo das commodities ainda demoraria a acabar era tanta que a empresa partiu para uma aposta arrojada. Mesmo depois de garantir um reajuste de 65% nos preços do minério, a Vale ameaçou deixar de fornecer se os chineses não aceitassem um aumento adicional de 12%. Agnelli acreditava que a demanda pelo produto era tão alta que o acerto de contas seria inevitável. Mas, com a crise mundial, a procura por minério caiu 90% - e a Vale tomou um doloroso choque de realidade. A empresa foi obrigada a desistir do reajuste, cortar 10% da produção e demitir 1 300 pessoas. Em 2009, Roger Agnelli terá de demonstrar duas habilidades jamais testadas em sua gestão à frente da maior empresa privada brasileira: a capacidade de negociar em desvantagem e a de conduzir os negócios na adversidade. O mercado antevê que os clientes, que sempre sofreram com o estilo trator de Agnelli, vão aproveitar o momento para dar o troco. "A última negociação com os chineses causou um desgaste tão grande que pode dificultar o diálogo neste momento difícil", diz um analista de mercado. Para um executivo que nos últimos tempos acostumou-se a ditar as regras do jogo, 2009 promete ser um ano atípico.

Samantha Lima


Sérgio Gabrielli

Presidente da Petrobras

A riqueza ficou mais distante Poucos anúncios receberam tratamento tão ufanista em 2008 quanto a descoberta de enormes reservas de petróleo na camada do pré-sal pela Petrobras. As estimativas iniciais indicavam que do fundo do oceano poderiam ser extraídos mais de 40 bilhões de barris de petróleo - o que colocaria o Brasil no grupo dos maiores produtores do planeta. Como o preço do barril chegou a bater 147 dólares em julho, o pré-sal imediatamente se tornou uma espécie de passaporte para a riqueza no futuro - ainda que sua exploração fosse custar exorbitantes 600 bilhões de dólares. Hoje, com o barril cotado a menos de 50 dólares, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, enfrenta dificuldades para fechar essa conta. Não são apenas as incertezas econômicas, porém, que vão pesar em sua matemática. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera a Petrobras fundamental para conter a crise no mercado brasileiro e não parece disposto a cortar os investimentos no pré-sal. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já colocou até as reservas externas do país à disposição da estatal, a título de empréstimo. Tudo para que a Petrobras não precise pisar no freio no início de um projeto que pode duplicar seu tamanho em uma década - e, por tabela, servir de motor de um programa nacional de crescimento. Caso leve adiante o projeto, Gabrielli pode comprometer a lucratividade da empresa e a rentabilidade de seus acionistas. Resolver essa equação é seu principal desafio para 2009.

Lucas Amorim


Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles

Presidentes do Itaú e do Unibanco

A formação de um gigante A fusão entre Itaú e Unibanco, anunciada em novembro, foi marcada por superlativos. Maior negócio do setor bancário já fechado no país, criou o primeiro banco brasileiro de porte global. Juntos, os grupos formaram a 16a maior instituição financeira do planeta, acima do espanhol BBVA e do suíço Credit Suisse. No Brasil, ultrapassaram com folga Banco do Brasil e Bradesco e passaram a liderar o ranking das maiores instituições. O acordo foi costurado por Roberto Setubal, presidente do Itaú, e Pedro Moreira Salles, presidente do Unibanco - e pegou de surpresa os concorrentes. Nos últimos dez anos, o Unibanco já havia sido sondado por quase todos os grandes bancos do país e esteve perto de ser vendido pelo menos em duas ocasiões (ainda que o grupo não comente o assunto). Embora o Itaú tenha o dobro do tamanho do Unibanco, Setubal aceitou dividir com Moreira Salles o comando da holding que controla o novo banco. Membros de duas das mais tradicionais famílias de banqueiros do país, Setubal e Moreira Salles têm hoje a missão de preparar o novo banco para crescer no mercado externo, algo inédito entre as instituições locais. O Itaú é o banco brasileiro com a maior presença no exterior - ainda assim, os negócios lá fora representam apenas 8% de seus ativos. "Não podíamos iniciar uma expansão internacional sendo vulneráveis aqui", disse Setubal a EXAME dias depois de anunciar a fusão. "O plano é transformar nosso grupo em um banco internacional de varejo", afirmou Moreira Salles. O objetivo é buscar oportunidades na América Latina, região dominada por gigantes como BBVA, Citi e Santander. Os alvos prioritários são Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru, e uma das possibilidades é a compra de bancos familiares. Apesar do fôlego do novo banco, a expansão internacional deverá ser um projeto de longo prazo. Assim como as instituições estrangeiras sofrem para colocar em pé suas operações no competitivo mercado brasileiro, Setubal e Moreira Salles sabem que o Itaú Unibanco terá de se superar para encontrar brechas em outros países.

Giuliana Napolitano


Carlos Brito

Presidente da Abinbev

O emissário de Lemann Discreto e pouco conhecido no Brasil, o carioca Carlos Brito comandou um dos negócios mais espetaculares do ano: a aquisição da cervejaria americana Anheuser Busch pela belgo-brasileira InBev, por 52 bilhões de dólares, formando a ABInBev. Com essa tacada, tornou-se o presidente de uma das cinco maiores empresas de consumo de massa do mundo, grupo do qual fazem parte nomes como Procter & Gamble e Coca-Cola. Aos 48 anos de idade, Brito é o homem de confiança de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Ex-controladores do banco Garantia, eles compraram a combalida cervejaria Brahma em 1989 e deram início a um arrojado projeto de expansão que tinha como meta erguer a maior cervejaria do mundo. O sonho dos ex-banqueiros foi compartilhado por Brito desde o início. Formado em engenharia, ele foi um dos quatro executivos destacados para dar um choque de gestão na Brahma pouco depois de ela ser adquirida. Seu estilo absolutamente pragmático começou a se tornar notório fora da própria empresa quando ele se mudou para a Bélgica para assumir a presidência da InBev - empresa resultante da fusão entre a aristocrática Interbrew e a meritocrática AmBev. Os conflitos, na época, foram inevitáveis. Brito agora tem a missão de incorporar a AB num dos momentos mais críticos da história da economia americana.

Cristiane Correa


Eike Batista

Presidente do grupo EBx

Derrubado pela Bolsa

Nenhum brasileiro ganhou e perdeu tanto dinheiro em 2008 quanto o carioca Eike Batista, presidente do grupo EBX. Primeiro, ele aproveitou como ninguém o entusiasmo proporcionado pelo crescimento econômico e pela alta no preço das commodities. Logo em janeiro, embolsou 5,5 bilhões de dólares com a venda da mineradora MMX para o grupo Anglo American. Cinco meses depois, protagonizou a maior abertura de capital da história da Bovespa ao captar 6,7 bilhões para sua petrolífera OGX - que não havia perfurado um único poço de petróleo. O sucesso nas negociações fez de Eike um expoente da nova economia brasileira. O ex-marido de Luma de Oliveira ganhou brilho próprio e passou a ser visto como midas por analistas e investidores. Quando a crise financeira internacional chegou, porém, o status de Eike como empresário se inverteu cruelmente. Seu arrojo passou a ser visto com desconfiança. Seus negócios promissores, boa parte deles ainda em fase de projeto, agora são considerados arriscados. Em poucos meses, o empresário perdeu 10 bilhões de dólares e viu suas ações despencar até 80%. A mudança no cenário já o forçou a desistir do bilionário projeto do porto Brasil, em Peruíbe, no litoral paulista, e a suspender as operações da mineradora MMX em Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Analistas prevêem que 2009 seja igualmente difícil para o "Mr. X", como ele ficou conhecido. Mas Eike não pára de pensar em novos negócios. Com seu estilo espalhafatoso, afirmou que o período será ótimo para fazer aquisições. Para isso, sua habilidade de seduzir investidores terá de passar pela prova da crise. Lucas Amorim


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

ENFRENTAR OU REGREDIR COM A CRISE



Paulo Sérgio Xavier Dias da Silva
Artigo publicado no jornal DCI, edição de 11/02/09

A crise econômica internacional que teve origem nos EUA, a partir de setembro do ano passado, atingiu todo o planeta, apesar de formas diferenciadas, em função da situação do balanço de pagamentos e das reservas, da solidez do sistema financeiro e do grau de dependência do comércio exterior, das diferentes nações.
Neste contexto, o Brasil, apesar da importância de seu comércio externo e da redução dos preços de importantes itens de sua pauta de exportação, apresenta um elevado nível de reservas, um sistema financeiro bem estruturado, altamente capitalizado e sem créditos podres significativos e, um amplo mercado interno, condições que se traduzem num bom arsenal para enfrentar a crise.
No entanto, falta ao nosso governo, adoção de medidas mais eficazes e de urgente implementação, para que esta crise não se alastre de forma incontrolável.
Além da liberação imediata de abundante crédito para o setor produtivo e forte fiscalização do setor bancário, para que seus empréstimos sejam mais facilitados e com spread reduzido, o governo tem que fazer sua lição de casa, diminuindo os juros básicos, que estão absurdamente altos e na contra-mão dos demais países e gerindo melhor as finanças públicas, efetuando cortes no custeio e ampliando consideravelmente os investimentos.
Além do direcionamento de mais recursos para setores que absorvem mão de obra intensiva, como da construção civil, saneamento e outros considerados mais relevantes em termos econômicos, o governo deve aproveitar a oportunidade, em que a maioria dos países desenvolvidos e em crescimento encontra-se em recessão, para avançar, melhorando sua posição no mercado global, reduzindo o elevado “ custo Brasil “, investindo pesadamente na nossa deficiente infraestrutura , notadamente nas rodovias, ferrovias e portos.
Quando o mercado internacional retomar aos patamares anteriores, já teríamos eliminado ou amenizado grande parte de nosso gargalo para expansão das exportações e obteríamos vantagens comparativas expressivas frente a nossos principais concorrentes.
Aproveitando também, que a maioria das empresas, forçadas pelas atuais dificuldades financeiras e elevada carga fiscal, estão reduzindo ou deixando de recolher tributos, o governo federal deveria diminuir drástica e rapidamente os impostos, facilitando a aprovação da tão desejada e demorada reforma tributária.
No mesmo caminho, a inevitável queda da arrecadação da Previdência Social e a expansão do pagamento do seguro desemprego, ocasionadas pelas demissões que vêm aumentando sua escala e ainda atormentam toda a sociedade brasileira, poderiam ser bastante minimizadas com a redução dos encargos trabalhistas e com ações de estímulo fiscal e creditício para contratação de mão-de-obra formal. A flexibilização de contratos de trabalho e a cooperação com os sindicatos envolvidos seria fundamental, convencendo-os de que é melhor reduzir temporariamente alguns direitos ou vantagens dos empregados, do que não poder usufruí-los estando desempregados.
Assim sendo, o nível de consumo doméstico seria preservado e o nosso mercado interno, principal fonte de desenvolvimento econômico atual, poderia compensar e alavancar a saída da crise.
Neste cenário de turbulência, os empresários têm importante papel a desempenhar, a começar pelas entidades de classe, que necessitam se posicionar de forma mais contundente, exigindo do governo, adoção urgente das medidas necessárias e mudanças na condução da política econômica.
Acreditando que a atual crise, apesar de ter atingido a economia real, também apresenta forte componente psicológico, agravado pelas más notícias externas e influenciado por temores e desconfianças locais, sugerimos, que não deixando de atentar para as dificuldades da presente conjuntura econômica, os empresários devem manter o equilíbrio e a prudência, enfocando o seu próprio negócio e avaliem suas perspectivas a médio e longo prazo.
Esta crise, apesar de preocupante, é passageira. Se todos - governo, empresários e trabalhadores, fizerem sua parte, o mercado interno vai reagir mais rápido. Paralelamente, ações e medidas que também estão sendo tomadas nos países mais desenvolvidos surtirão efeito para recuperação paulatina do mercado externo.
As empresas que souberem atravessar os presentes obstáculos, sairão na frente e vão ampliar seus mercados. A máxima “crise é também sinônimo de oportunidade” parece bastante apropriada para esta fase.
Não se deve, portanto, tomar medidas precipitadas de interromper bruscamente, investimentos estratégicos já iniciados, demitir empregados compulsoriamente e alastrar ou deixar-se contaminar com pessimismo exagerado.
Aliás, a demissão de funcionários deve ser encarada como uma das últimas alternativas a serem consideradas, pois, além da perda de pessoal qualificado e treinado, vai acelerar a diminuição da rendas das famílias, reduzindo a demanda total e a arrecadação de impostos e retomando um ciclo vicioso, com o recuo da oferta de bens e serviços, gerando mais desemprego e queda nas vendas.
Deve-se também enfatizar, que muitos empresários ficaram em situação desfavorável, por se aventurarem na aplicação em derivativos cambiais, quando dispunham de liquidez elevada ou, foram vítimas da oferta de algumas instituições financeiras, que propuseram, para redução de juros e encargos de empréstimos concedidos, a tomada de recursos ou renegociação de dívidas atreladas à variação cambial, esquecendo do trágico episódio, ainda na lembrança dos brasileiros, dos contratos de leasing reajustados pelo dólar.
O empresário brasileiro é o mais preparado do universo para enfrentar crises, sua experiência em superar dificuldades, inflação alta, pacotes econômicos, juros excessivos, escassez de crédito, infraestrutura deficiente, carga tributária, altos encargos trabalhistas, cambio desfavorável, custo Brasil etc., não encontra nenhum paradeiro no mundo.
Em nossa experiência em recuperação de empresas em dificuldades financeiras, temos vivenciado a grande capacidade de nossas empresas em reverter cenários adversos.
Temos certeza que , num futuro próximo, o Brasil será considerado um exemplo a ser seguido em épocas de dificuldades e será objeto de um capítulo especial na literatura econômica.
Mesmo com toda conjuntura desfavorável, a previsão da maioria dos economistas é que o Brasil irá crescer entre 2% a 3% neste ano, enquanto na maiorias dos países aguarda-se recessão.
Vamos, portanto, esquecer o pessimismo e partir para ação, temos muito trabalho pela frente
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Autor: PAULO SÉRGIO XAVIER DIAS DA SILVA
Economista, graduado pela USP, com créditos de mestrado em administração. Assessor e consultor empresarial nas áreas estratégica, financeira e comercial, sendo especialista em recuperação de empresas em dificuldades financeiras. Atuou como diretor financeiro, executivo e assessor de várias instituições públicas e privadas , de entidades de classes empresariais e professor universitário.

www. paulosergioxavier.zip.net psxds@hotmail.com

fone: (11) 9617-0411

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A INFLUÊNCIA DOS ESPECIALISTAS NA ECONOMIA BRASILEIRA


ÊSTE ARTIGO FOI ESCRITO EM 2002 ... EDITADO NA FÔLHA DE SÃO PAULO.


O Brasil passou por várias crises nos últimos anos, a maioria sem justificativas convincentes. Não vamos falar do período anterior ao Plano Real e sim a partir dele.
A implantação do Real foi um sucesso! Trocamos nossa moeda com eficácia, em tempo recorde e sem nenhum trauma, fato que, com justa razão, nos encheu de orgulho. Mas, a partir desse sucesso inicial passamos a cometer uma série de equívocos.

No governo Collor já tínhamos colocado fim às barreiras alfandegárias, fato esse que, isoladamente, permitiria a entrada dos produtos importados em excelentes condições de competitividade; esperava-se com essa concorrência um aumento da produtividade industrial e agrícola, melhoria da qualidade dos nossos produtos e redução nos seus preços. E a partir da implantação do Real, no início de julho de 1994, um fato inédito e não previsto por nenhum economista brasileiro começou a tomar corpo: a valorização da nossa moeda em relação às demais. E se não bastassem esses dois fatores, o governo adotou a política de manter elevadas nossas taxas de juros com o objetivo de controlar a inflação e atrair maior volume de capital estrangeiro, o que realmente aconteceu. Nossas taxas reais de juros, que há muitos anos já eram das mais elevadas do mundo, tornaram-se imbatíveis! Com esse trio, escancaramento às importações, valorização excessiva da nossa moeda e taxas reais absurdamente elevadas, a indústria e a lavoura passaram a enfrentar dificuldades crescentes com a concorrência desleal – porque mal planejada - dos produtos importados. Resultado: redução da produção voltada para o mercado interno e principalmente externo, fechamento de empresas, desemprego, redução da renda global e consequente recessão.

Os problemas que se sucederam em nossa economia foram decorrentes principalmente das medidas citadas. Por isso, entendo que não procede a afirmação generalizada de que as crises brasileiras ocorridas em setembro/97, outubro/98 e janeiro/99 tiveram como causas as crises ocorridas, respectivamente, na Ásia e na Rússia, sendo a última atribuída inicialmente à inadimplência mineira, a chamada crise do “pão-de-queijo”. A verdade é que essas crises aconteceriam naturalmente no Brasil, mesmo que não houvesse um único país em crise no mundo! Foram causadas principalmente pelos equívocos – para usar um termo mais ameno - cometidos no planejamento e na condução das políticas monetária e cambial.

O tempo passou, resolvemos ou minimizamos alguns problemas, como o da valorização da nossa moeda, surgiram ou acentuaram-se outros como o crescimento da dívida interna, mas os demais continuam. E entre estes, os que mais preocupam atualmente é o tamanho da taxa de juros e a vulnerabilidade da nossa economia em relação aos acontecimentos internos e externos, muitos deles imaginários ou fabricados.

Todos, com raríssima exceção, concordam que as nossas taxas de juros são elevadas e têm que baixar. Entretanto, existe uma enorme resistência à sua efetivação. Com base no noticiário do dia-a-dia tem-se a nítida impressão que as políticas monetária e cambial são fortemente influenciadas por profissionais – economistas, técnicos, executivos - que atuam em setores específicos do mercado brasileiro. Um exemplo típico se refere às opiniões, quase unânimes, para justificar eventuais alterações na Taxa Selic, amplamente divulgadas pela imprensa antes das reuniões do COPOM.
Entre os acontecimentos externos “importantes” que afetam diariamente a nosso mercado financeiro e de capitais, é impossível não mencionar a Argentina, fonte inesgotável de razões para as nossas crises. Fico até com a impressão que se os problemas vivenciados pelo nosso vizinho até a um ano atrás tivessem ocorrido no Brasil, teriam feito menos estragos na nossa economia. Estou convencido, também neste caso, que a nossa preocupação sempre foi, e continua sendo, exagerada. E explico. Até janeiro de 1999 a Argentina, que continua tendo no Brasil o seu principal aliado comercial, canalizava para o nosso país quase um terço das suas exportações; com esse grau de dependência, é evidente que a economia argentina teria que sofrer, como realmente sofreu, as consequências negativas da desvalorização da nossa moeda ocorrida naquela época. Já a dependência comercial do Brasil em relação àquele país é bem menor: exportávamos cerca de 13% do total, caindo atualmente para um pouco mais de 10%.
Parece que tudo de mais grave que poderia acontecer para a Argentina, já aconteceu. Em relação à economia desse país, não existem hoje, para o mercado brasileiro, razões suficientes que justifiquem quedas prolongadas nas bolsas de valores, flutuações exageradas na cotação do dólar e manutenção de taxas de juros em níveis tão elevados.

Há outros fatores externos citados com frequência para justificar crises passadas e futuras: o preço do petróleo e as perspectivas da economia americana. Com relação ao petróleo, os preços sempre oscilaram, e vão continuar oscilando, em função de acontecimentos políticos ou de conflitos entre países, produtores ou não. Esses problemas, por serem rotineiros, não deveriam mais ser tão valorizados. Quanto às perspectivas da economia americana, em que pese a sua importância para o mundo, tem recebido dos nossos analistas um destaque exagerado. Basta analisar os efeitos reais causados pelos atentados terroristas de setembro do ano passado, tanto para na economia americana como brasileira, e comparar com tudo aquilo que foi divulgado na época. Era o apocalipse!

Por fim, uma observação. É imprescindível que os economistas e demais estudiosos e especialistas em assuntos econômicos e financeiros, que têm entendimento diferente do que vem sendo sistematicamente divulgado, venham a público para externarem suas opiniões. É salutar que também haja no Brasil concorrência sobre a interpretação técnica e científica dos fatos econômicos.

José Dutra Vieira Sobrinho
Economista e professor de matemática financeira

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Sadia perde cerca de R$ 2,5 bi com câmbio em 2008, diz Brascan



Empresa continuou a desmontar contratos de derivativos e reduziu posição vendida em dólar nos últimos meses
Portal EXAME
A Sadia deve ter registrado uma perda financeira de cerca de 2,5 bilhões de reais no ano passado principalmente devido a apostas em derivativos de câmbio, segundo estimativa da corretora Brascan. O montante seria bem superior ao inicialmente divulgado pela empresa em setembro de 2008: 760 milhões de reais. A própria empresa já divulgou que suas perdas seriam bem maiores que o inicialmente divulgado, mas o prejuízo total só será conhecido quando todos os contratos de câmbio tiverem sido desmontados.
No terceiro trimestre, as perdas financeiras da Sadia somaram 1,2 bilhão de reais. O último balanço divulgado pela empresa mostra que ao final de setembro a exposição líquida a contratos futuros de dólar totalizava 2,4 bilhões de reais. Isso equivale a 10 meses de exportação da Sadia e, portanto, fica acima do teto de seis meses estabelecido em estatuo para o hedge de suas operações de comércio exterior.
Desde então, a Sadia tem reduzido gradativamente essa exposição. A empresa informou que no último dia 19 a exposição líquida era de 487 milhões de reais. Para a Brascan, o vencimento de alguns contratos e o aumento das posições compradas em dólar permitiram a redução da exposição à variação da moeda americana.
O custo dessa operações, entretanto, foi alto. A Brascan acredita que o caixa da Sadia encolheu de 2,3 bilhões de reais ao final de setembro para 1 bilhão de reais agora. Por enquanto, essa redução de 1,3 bilhão de reais será apenas contábil, já que será lançada no balanço da Sadia no balanço do quarto trimestre (ainda não-divulgado), mas os contratos serão efetivamente liquidados durante o ano de 2009.
A dívida líquida da Sadia deve ter encerrado o ano passado em 4,7 bilhões de reais, equivalente a 3,9 vezes seu Ebitda (lucro antes de impostos e amortizações). Em geral, empresas cuja dívida supera 2,5 vezes o Ebitda não são consideradas grau de investimento. Apesar do alto endividamento, a Brascan estima que a Sadia invista 550 milhões de reais em 2009 para a conclusão dos projetos em andamento. Trata-se de uma forte redução dos investimentos se comparado ao montante estimado para 2008 (1,6 bilhão de reais).
Vendas
Em relatório, a Brascan estima que as exportações da Sadia tenham um crescimento de 5,2% em 2009. Após um fraco primeiro trimestre, as vendas ao exterior cresceriam gradativamente. A margem Ebtida da empresa ficaria praticamente estável em 11,2%, já que a queda internacional do preço dos grãos verificada desde o ano passado será revertida ao longo de 2009 com a seca na região Sul e na Argentina.
Com base nesses números, a Brascan reduziu o preço-alvo das ações preferenciais da Sadia (SDIA4) de 11 reais para 5,10 reais. Os papéis fecharam cotados a 3,26 reais nesta segunda-feira, uma baixa de 2,69%. Apesar do potencial de alta de 56,4%, a Brascan acredita que as ações terão um desempenho dentro da média da Bovespa até o final de 2009 (marketperform).

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

INFORMATIVO : INFOMONEY ONLINE


ÚLTIMAS NOTÍCIAS.
Segundo pesquisa, mais da metade dos entrevistados (62%), além de comemorar, planejam comprar presentes
Neste caso, preço não é o essencial, mas sim o fato do destino ser exótico; contudo, o preferido ainda é o mais barato
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Disponibilidade de novos serviços de TV móvel, além do uso em diversos aparelhos, deverá aumentar o número de usuários
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No início deste ano, o crescimento do setor foi de 20%; Carnaval é aguardado para elevar ainda mais os bons resultados
Planejamento e pesquisa são as palavras-chave recomendadas pelo administrador Cláudio Carvajal; para começar, o melhor mesmo é ficar no País
Segundo a Fecomercio-SP, de janeiro para fevereiro, o ICC cresceu 9,3%, nesta faixa de renda, e 6,1% na faixa inferior
Consumo
Otimismo do consumidor em fevereiro volta a subir após quatro meses de quedaConfiança do consumidor da cidade de SP atinge 132,9 pontos, o que representa uma retração de 6,8% frente ao mês anterior
Em 56 ações em todo o País, 19 sites e 1,4 mil anúncios para o comércio de softwares ilegais foram retirados da rede

Turismo
Diversão com economia: companhias aéreas fazem promoções para o CarnavalConsumidor pode ganhar uma passagem extra ou pagar o valor equivalente a um bilhete de ônibus
Isso se deve à estabilidade da inflação, aos imóveis cada vez menores e às promoções diárias feitas pelos supermercados
Entretanto, no ponto-de-venda, o preço ainda possui grande peso no momento de escolher qual produto vai adquirir
Entre aqueles que possuem na própria residência alguém que perdeu o emprego, a taxa sobe para 42%, diz pesquisa
Desaceleração vigente no setor diante da menor demanda e a realização de lucros ajudam a explicar a retração das ações
Papel preferencial da operadora fechou o período com alta de 11,27%; lucro acumulado em 2008 foi de R$ 389 milhões
Nos EUA, destaque para a ata do Fed e aos números da inflação; no Brasil, investidores aguardam o IPCA-15 de fevereiro
Para Marcela Prada, economista da Tendências, apesar do cenário de inflação e atividade, Copom deve realizar cortes graduais
Vice-presidente administrativo explica retração no lucro do último trimestre de 2008 e destaca nova fábrica no RS
Proposta final em US$ 787 bilhões passa pela Câmara; ações do banco Wells Fargo despencam 6%, após revisão de resultado
Aprovação de pacote nos EUA e corte agressivo no juro básico do Chile ofuscaram avanço do IGP-10 no País
Versão ajustada do plano de Obama recebe 246 votos a favor e 183 contra, sem ficar livre das críticas dos republicanos
Economia
Frente à crise, Meirelles pede "serenidade" na análise dos dados de nível de atividadeReconhecendo os impactos da crise, dirigente afirma: "é preocupante, mas temos que olhar isso com serenidade"
Patrimônio líquido total acumula expansão de R$ 33,654 bilhões no ano, com maior contribuição de fundos mais arriscados
Câmbio
Com clima mais ameno nos mercados, dólar comercial encerra sessão em baixaMoeda fecha cotada a R$ 2,268 e acumula desvalorização de 2,95% no ano; BC fez leilão de contratos de swap cambial
Primeira preocupa analistas por lucratividade com menor volume, enquanto operações externas da última devem afetar Ebitda
Plínio Chap Chap diz que plano de US$ 789 bilhões não convence e reflexos das incertezas abrem espaço para ajuste do Ibovespa
Renovação concessionária das usinas em 2015 preocupa, mas possíveis revisões na lei aliviam; upside de 78% para papéis
Para equipe do Credit Suisse, contratos com siderúrgicas chinesas poderão ficar inalterados em 2009 no caso da brasileira
Levantamento realizado pela InfoMoney contém os portfólios de 17 instituições para janeiro; blue chips se destacam
Baixas contábeis chegam a US$ 328,4 mi e afetam último balanço, mas não serão mais listadas no próximo resultado operacional
Economia dos países que adotam o euro como moeda teve retração de 1,5%, caindo mais do que as expectativas de analistas
Alta foi 1,39 ponto percentual acima da mostrada em janeiro; avanço no preço dos bens finais empurra índice do atacado
Desempenho do quarto trimestre avançou 60,9%, para R$ 215,5 milhões, informa a companhia

Investimentos
Comentário Semanal: falta de clareza de Geithner sela semana negativa às bolsas
Pacote de ajuda a bancos dos EUA não agrada; dólar comercial fecha com ligeira alta e Ibovespa volta pros 41.673 pontos

Investimentos
O que é preciso saber antes de investir em meio a uma crise?
Até que o investidor iniciante entenda como funcionam as aplicações financeiras, é preferível o mercado à vista

Tributos
Entrega do IR 2009 começa em 2 de março; planeje sua prestação de contas
Programa de declaração estará disponível no início da temporada. Enquanto isso, comece a juntar seus documentos

Serviços
Adimplemento, mora? Veja o significado de alguns termos comuns em contratos
De acordo com entidade, palavras se tornaram mais comuns depois da crise financeira internacional

Orçamento
Saiba como economizar energia, mesmo com o fim do horário de verão
Fim do horário alternativo não precisa significar um aumento na conta de luz. Com algumas atitudes, valor pode ser mantido

Serviços
Em estados sem horário de verão, bancos voltam a abrir no horário normal
Agências tiveram de antecipar em uma hora o atendimento ao público, mas horário de verão acaba dia 15 de fevereiro

Imóveis
Imóveis: cai o número de unidades lançadas e sobe o preço do metro quadrado
Entre 2007 e 2008, lançamentos passaram de 62.065 para 61.898 na Grande SP, e valor subiu de US$ 2.434 para US$ 3.305

Empresas
Indústria de São Paulo sente a crise e fecha 32,5 mil vagas em janeiro
Considerando o ajuste sazonal, queda é de 1,86%. Contra o mesmo mês de 2007, são menos 54,4 mil vagas

Carreiras
Critérios para a ampliação do seguro-desemprego são publicados
Serão analisados os resultados do Caged no período de 2003 a 2009 em diversos setores. Veja as regras

Orçamento
ACSP: 44% se sentem um pouco ou muito mais confiantes para investir
Segundo levantamento, intenção inclui capacidade de economizar para se aposentar ou pagar estudos dos filhos

Imóveis
Medidas para habitação serão anunciadas somente após o Carnaval, diz Lula
Inicialmente, plano deveria ter sido anunciado em janeiro, mas, segundo Lula, precisava de revisão

Carros
Consumidor ainda está pouco à vontade para comprar casa e carro, revela ACSP
Número de consumidores que se sentem muito menos à vontade para fazer aquisições caiu pouco em janeiro, de 46 para 45 pontos

Orçamento
Queda na inadimplência surpreendeu, afirma gerente da Serasa
De acordo com os dados, a inadimplência de pessoas físicas caiu 1,5% entre janeiro de 2009 e dezembro de 2008

Imóveis
Habitação: medidas do governo paulista têm foco na regularização e legalização
Na verba de R$ 1,6 bilhão também estão incluídas a urbanização de favelas e a construção de moradias

Tributos
Malha fina: consulta a lote do IR 2005 está disponível
Lote inclui mais de 40 mil contribuintes, dos quais 9 mil têm imposto a receber e mais de 27 mil, imposto a pagar, com correção de 51,27%

Imóveis
SP: dependendo da região escolhida, valor do aluguel mais do que dobra
No preço máximo dos imóveis de três dormitórios em bom estado na capital paulista foi encontrada variação de 145,89%

Orçamento
Amor em tempos de crise: com economia, namorados comemoram Valentine´s Day
Segundo pesquisa, mais da metade dos entrevistados (62%), além de comemorar, planejam comprar presentes

Carreiras
Começo de ano: cinco dicas para organizar suas atividades no trabalho
Quanto mais foco tiver, mais produtivo será, mas não pegue tão pesado. Invista no lazer ao longo da semana

Serviços
Na sexta-feira 13, cuidado com e-mails falsos em nome de entidades financeiras!
Data costuma registrar aumento no envio de e-mails maliciosos que utilizam os nomes de entidades financeiras

Imóveis
Locação: em janeiro, 49% dos contratos em São Paulo tiveram fiador como garantia
Segundo levantamento do Secovi-SP, depósito, incluindo o caução, e seguro-fiança tiveram participação menor

Ações Internacionais
Possível plano para subsidiar hipotecas apaga perdas de Wall Street no final
Nasdaq e S&P 500 terminam em terreno positivo, mas Dow Jones registra fraca variação negativa; ações da Coca-Cola sobemAções

Para 47% dos investidores, custos de transação decidem a escolha da corretora
Em enquete feita pela InfoMoney, taxa de corretagem e custódia prepondera entre outros fatores; tradição também pesa na decisão

Economia Internacional
Melhora em vendas de varejo nos EUA não significa recuperação da economia
Para Inês Marques Pereira, da Arkhe Corretora, dado é pontual e por este motivo dificulta visão sobre melhora econômica

Economia Internacional
Administração de Obama prepara programa de subsídio hipotecário
Segundo notícia veiculada pela Reuters, plano está sendo arquitetado; Fannie Mae e Freddie Mac apoiariam programa

Fundos
Fundos: renda fixa perde fôlego e captação no ano fica negativa em R$ 1,133 bilhão
Além do fraco desempenho das demais categorias, renda fixa, DI e curto prazo não mostram a mesma performance de janeiro

Renda Fixa
Juros futuros encerram sessão em alta, em dia de tensões nos mercados
Indicadores norte-americanos preocupam investidores; presidente da CNI vê política monetária atrasada no Brasil

Ações
Entrevista: Bob Doll, da BlackRock, sugere ativos emergentes e destaca Brasil
Guru de Wall Street ressalta formação de fundo nos mercados, elogia País e afirma que recessão será menos dolorosa aqui

Economia Internacional
China: pacotes de estímulo podem compensar desaquecimento externo
Para analistas do BBVA, medidas governamentais podem levar ao crescimento de 8,1% do PIB em 2009, mesmo com crise global

Câmbio
Em sessão de muita volatilidade, dólar comercial fecha estável em R$ 2,29
Banco Central realizou leilão de contratos de swap cambial em operação que movimentou US$ 2,44 bilhões

Ações
Petrobras desmente Repsol e afirma que ainda não possui estimativas para bloco
Espanhola havia dito na véspera que bloco BM-S-9 possuía reservas de 2 bilhões a 6 bilhões de barris de óleo recuperável

Economia Internacional
Preço dos imóveis nos EUA sofre queda recorde no quarto trimestre de 2008
Preço médio das moradias caiu 12,4%; vendas de casas com hipotecas atrasadas responderam por 45% de todas as transações

Economia
Presidente da CNI quer juro básico menor e vê melhora na indústria brasileira
Para Armando Monteiro Neto, condições de crédito continuam ruins e deve haver maior liberação de depósito compulsório

Ações
Petrobras: cenário favorece reajuste da gasolina ainda no primeiro semestre
Ata do Copom, queda do petróleo e alto preço relativo sinalizam possibilidade; impacto na empresa seria negativo

Ações
Corretora revê projeção para minério de ferro e atualiza recomendação de ações
Equipe de analistas espera corte menos agressivo nos contratos com siderúrgicas e reavalia recomendações e preços justos

Economia Internacional
Moody's considera EUA e Reino Unido "resilientes" contra piora nas dívidas
Em relatório explicando pré-requesitos para corte do "triple A", agência destaca poder de regeneração das economias

Economia
Ano começa com indicadores ruins, mostrando que crise chegou ao Brasil em 2008
Analistas mostram números que devem ficar em foco no início de 2009 e apostam em recuperação no segundo semestre

Ações
Percebendo risco alto, recomendação da Planner é neutra para BM&F Bovespa
Calculando potencial de valorização de 23% às ações da bolsa, corretora espera "ambiente desafiador" em 2009

Economia Internacional
Execuções hipotecárias nos EUA declinam 10% em janeiro, diz RealtyTrac
Estado e financiadores se responsabilizam por recuo; todavia, na comparação ano a ano, avanço de 18% preocupa

Ações
Analistas do Citi reiteram ações da Net como top pick do setor na América Latina
Papéis estão sendo negociados com desconto frente a seus pares no mercado interno e externo; resultado trimestral agrada

Ações
Analistas técnicos traçam prognóstico para ações de Vale e Petrobras
Análise técnica desenha perspectivas para comportamento dos papéis das princiapis blue chips brasileiras no curto prazo

Investimentos
Divórcio: investimentos financeiros entram na divisão de bens?
Partilha de investimentos depende de dois fatores: data de aquisição da aplicação e regime de bens do casamento

Investimentos
Ações: Gilberto Mifano, da BM&F Bovespa, dá dicas para quem quer investir
Em entrevista, presidente do conselho da BM&F Bovespa diz que esse é bom momento para entrar no mercado de capitais

Estilo de Vida
Dubai? Malta? Destinos alternativos atraem intercambistas brasileiros
Neste caso, preço não é o essencial, mas sim o fato do destino ser exótico; contudo, o preferido ainda é o mais barato

Orçamento
Horário de verão gera economia de R$ 4 bilhões, diz ministro de Minas e Energia
Isso evita aumentos na tarifa para os consumidores e colabora com a preservação dos recursos naturais brasileiros

Imóveis
Secovi: valor do aluguel na cidade de São Paulo aumenta 12,33% em um ano
Dado é relativo ao período de fevereiro de 2008 a janeiro de 2009. Na comparação mensal, aluguel subiu 0,9%

Orçamento
Serasa: dívida média com bancos cresce e atinge R$ 1.417,36 em janeiro
Além de apresentar o maior valor, dívidas nessa modalidade lideram o ranking, com 43,6% de participação no total

Orçamento
Preço do carro zero cai 0,29% em janeiro
Foi a terceira queda mensal consecutiva, depois das de novembro (-0,17%) e dezembro (-4,2%), segundo pesquisa da AutoInforme

Carros
Governo de São Paulo também cria linha de crédito para setor de carros usados
Recursos serão disponibilizados aos bancos de montadoras, para serem usados no financiamento de carros usados

Estilo de Vida
Anac decide em março sobre liberdade tarifária em voos internacionais
Nesse tempo, Agência analisará sugestões sobre cronograma e capacidade de competição propostas em audiência pública

Empresas
Governo de SP anuncia medidas de estímulo à economia
Entre as medidas, está a devolução do ICMS recolhido por empresas com faturamento de até R$ 240 mil a.a.

Carros
Ano é de crise, mas poderá ter resultados positivos para setor de carros importados
Presidente da Abeiva se mantem otimista e acredita que 2009 poderá registrar o mesmo número de vendas de 2008

Orçamento
Para não reduzir poder de compra, ministro descarta redução salarial
Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, redução do salário é negativo para a economia e pode causar mais desemprego

Orçamento
Entre o bom e o barato, consumidores de baixa renda preferem o bom
Segundo a psicóloga Cecília Russo, por não querer desperdiçar dinheiro, baixa renda prioriza as marcas de confiança

Imóveis
Inadimplência nos financiamentos habitacionais da CEF cai em 2008
No final de 2007, o índice de inadimplência era de 2,1%; já em dezembro do ano passado, o número era de 1,7%Orçamento
Baixa renda não sente crise e continua consumindo
De acordo com especialistas em consumo popular, os consumidores de classes C e D encaram o crédito, mas temem o desemprego.

Orçamento
Fecomercio: endividamento em SP cai para menor nível da série histórica
Segundo a Peic, índice de famílias endividadas atingiu 38% neste mês, recuando 7 pontos percentuais em relação a janeiro

Serviços
Instituto lança cartilha para ajudar consumidor endividado
De acordo com o presidente do Ibedec, objetivo da publicação é orientar o consumidor ao consumo consciente do crédito

Orçamento
Economia e saúde: como economizar à mesa sem prejudicar o cardápio
Produtos da época costumam ter mais qualidade e ser mais em conta; ao aproveitar uma oferta, cuidado com a estocagem

Orçamento
Com dólar alto, brasileiros viajam pelo Brasil e ajudam turismo doméstico
No início deste ano, o crescimento do setor foi de 20%; Carnaval é aguardado para elevar ainda mais os bons resultados

Orçamento
Baixa renda deve ser a mais beneficiada pelo plano de habitação do governo
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o programa de habitação popular será um plano "robusto"

Capacitação
Saia justa: o que fazer quando não se domina o idioma?"
Acontece muito de a gente achar que entendeu tudo, quando, na verdade, entendeu tudo errado", garante consultora

Capacitação
Mudança de mercado pede mais atenção de profissionais na gestão de seus negócios
"Vivemos em um mercado veloz, dinâmico e de muita competitividade. É preciso ser criativo", diz especialista

Mercado de Trabalho
Sem crise, setor de TI deve gerar 40 mil vagas neste ano
Profissionais bem qualificados têm vaga garantida nesse ramo. Segundo a Brasscom, o setor deve oferecer 100 mil vagas até 2011

Mercado de Trabalho
Trabalho no ar: busca por comissários deve crescer em 2009; conheça profissão
Com a chegada de novas companhias aéreas, profissionais brasileiros serão mais cobiçados, disse especialista

Mercado de Trabalho
Especialista fala de cinco atitudes que acabam com suas chances de ganhar mais
Uma delas é mentir. O profissional incoerente passa a ser alguém sem crédito na empresa e no mercado

Mercado de Trabalho
Expansão imobiliária abre mercado de trabalho para gerentes prediais
Tidos como zeladores de luxo, eles têm sido cada vez mais requisitados em condomínios com moldes de clube

Ética Profissional
Mundo corporativo: mentir é feio, mas ser sincero pode ser muito pior!
"Dependendo da pessoa, é importante não jogar aberto. Caso contrário, você acabará prejudicado!", diz consultora

Mercado de Trabalho
São Paulo: 31% afirmam que alguém do lar perdeu o empregoApesar disso, a maioria dos que exercem atividades remuneradas acreditam que não correm risco de serem demitidos

Ética Profissional
Guerra entre departamentos: por que os profissionais não se entendem?
Como os funcionários de TI, acostumados a lidar com máquinas, poderiam ter uma relação excelente com o RH?

Mercado de Trabalho
Seu emprego está em risco? Saiba como descobrirCom a crise financeira assombrando as pequenas e grandes empresas, o medo de perder o emprego torna-se um pensamento frequente

Mercado de Trabalho
Profissionais buscam mais emprego pela internet, revela pesquisa da Catho
Tempo em que as pessoas permaneceram on-line também aumentou. Em média, a alta foi de 31%

Capacitação
Trabalho: como não perder o pique na volta das férias?É preciso um período de readaptação, em que a pessoa precisará checar todas as informações e escolher as prioridades

Mercado de Trabalho
No meio da crise, perdeu o emprego? Confira 10 dicas sobre o que fazer
Após demissão, profissionais experimentam súbita redução na autoestima, mas precisam dar a volta por cima

Ética Profissional
Quais são os mitos mais frequentes na relação entre líderes e colaboradores?Um dos pensamentos comuns dos funcionários é acreditar que não irá perder o emprego. Porém, a premissa não é verdadeira

Ética Profissional
Apelação ou não: na procura por emprego, vale citar situação financeira ruim?Para gerente de projetos do Grupo Foco, profissional não será prejudicado ao citar, mas apelação não adiantará nada

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Com crise, China não poderá financiar todo o déficit americano



Professor de Harvard e Oxford diz que bolha dos títulos americanos pode estourar até o final do ano.


Autor do livro 'The Ascent of Money' (A Ascensão do Dinheiro), que deverá ser lançado no Brasil pela editora Planeta, o historiador econômico Niall Ferguson, professor das universidades Harvard e Oxford, conversou com exclusividade com o Portal EXAME sobre temas como a crise mundial, uma possível bolha no mercado de títulos americanos e o retorno do protecionismo. Veja a seguir os principais trechos da entrevista

Qual é a perspectiva para o que o senhor chama de Chimérica - a relação econômica simbiótica entre os Estados Unidos e a China - em 2009 e o G2, o encontro das duas potências?

Em primeiro lugar, o que chamo de Chimérica, a combinação entre a China e a América continua sendo central para o funcionamento da economia mundial e em muitos aspectos ela é a chave para sabermos se a crise atual se tornará uma Grande Depressão. Os Estados Unidos têm confiado por alguns anos na China e em outros países para financiar os déficits em conta corrente. E isso vai continuar acontecendo em 2009. A questão é saber o quanto do endividamento planejado pelo governo Obama a China estará disposta a financiar, num momento em que a economia chinesa está sofrendo efeitos severos da crise, causados pela queda de importações americanas. O grande risco é que as relações entre os dois países se deteriorem em função de discordâncias sobre comércio externo ou o câmbio. Para Obama, a coisa mais importante é se certificar de que as relações sejam as melhores possíveis. Assim, a Chimérica, a relação entre a China e a América continue a ser mutuamente benéfica. Essa será uma questão de enorme importância para o governo. E em relação a um encontro G2, entre os dois países, no nível mais alto, creio que ele precise acontecer o quanto antes. Não existe outra relação mais importante para os EUA hoje do que a China.

Como o senhor vê a disposição dos chineses em continuar financiando os sucessivos déficits americanos através da compra dos títulos do Tesouro dos EUA?

Bem, de um lado, os chineses tem menos recursos disponíveis. Isso significa dizer que muito do dinheiro que a China usava para comprar títulos americanos, como no ano passado, foi dinheiro obtido através dos superávits gerados pelas exportações chinesas. Mas em função da crise, já não é mais possível que a China continue gerando superávits naqueles níveis, uma vez que o comércio mundial declinou tão velozmente. Logo, os chineses terão menos dinheiro disponível para investir em moeda e ativos americanos, simplesmente em função das atuais condições econômicas. Ao mesmo tempo, é claro que a China precisa aumentar o seu nível de demanda doméstica, focando mais no aumento do consumo dos próprios chineses, que devem diminuir o seu nível de poupança. E se os domicílios chineses começarem a poupar menos, mais uma vez teremos menos recursos fluindo para o Banco Popular da China que possam ser investidos em ativos denominados em dólar. Mas acontece que os Estados Unidos irão continuar a emitir mais títulos do Tesouro para financiar os programas de recuperação econômica do governo Obama - tentando tomar mais dinheiro emprestado - e é aí que as tensões serão visíveis esse ano. Isso vai gerar um déficit de 1 trilhão a 1,5 trilhão de dólares. Isso vai ser difícil de financiar, e a China certamente não será capaz de absorver isso como fez no ano passado.

O senhor acredita que exista uma bolha no mercado de títulos do Tesouro americano prestes a estourar?

Certamente me parece que taxas de rendimento ao redor de 2% a 2,4% em notas de dez anos do Tesouro americano são inacreditavelmente baixas. E você teria que acreditar que o mundo está rumando para uma crise deflacionária no estilo do Japão nos anos 90 para que essa tendência dure indefinidamente. Isso não é um cenário de probabilidade zero. Aprendemos com a experiência japonesa que é possível termos uma enorme carga de dívida governamental e ainda assim baixas taxas de rendimento no caso de deflação. Também sabemos que existem crescentes pressões deflacionárias na economia global. Por outro lado, o Federal Reserve tem reagido com muito mais rapidez do que o Banco do Japão o fez nos anos 90 e o Fed tem imprimido dinheiro de forma tão agressiva, tão furiosamente, que não há como se perguntar se os Estados Unidos realmente terão uma deflação. Ao mesmo tempo, esses enormes déficits que podem chegar a 10% do PIB americano em 2010 não são calculados para agradar os investidores em títulos do Tesouro. Me parece que vamos chegar a um ponto em que o restante do mundo irá olhar para os Estados Unidos, com suas políticas monetária e fiscal e irá concluir que temos um cenário inflacionário adiante. Talvez isso aconteça já no final desse ano. E isso será uma questão crucial para os próximos meses. À certa altura, o sentimento vai mudar e os investidores vão concluir que não faz o menor sentido ficar sentado numa enorme pilha de títulos americanos, enquanto os EUA produzem enormes déficits. Isso vai acontecer - embora eu não saiba quando - pode ser uma questão de meses. Mas é certo que veremos uma mudança no humor do mercado internacional de títulos e uma significativa corrida de venda dos títulos americanos. E quando isso acontecer, as pessoas vão olhar para trás e compreender o que James Grant queria dizer quando declarou que 'hoje uma nota de dez anos do Tesouro representa um risco de retorno zero em oposição a uma reserva de risco zero de retorno'.

A crise internacional já traz estragos significativos à economia brasileira. A maioria dos analistas prevê um crescimento de 2% neste ano, menos da metade do crescimento de 2008. Se tal previsão se concretizar, ainda assim podemos dizer que somos mais afortunados do que os americanos e europeus?

Bem, um crescimento de 2% é melhor do que um crescimento negativo. E uma vez que o mundo desenvolvido caminha para um ano de contração, nós poderíamos ver a economia americana contrair em até 3,5%. Mas o que sabemos da economia brasileira que nem sempre o país cresceu de forma tão forte quanto nos últimos anos. Não tenham dúvida de que esse ano será doloroso. Os dias em que os países Bric [grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia e China] podiam crescer a taxas tão altas fazem parte do passado porque acontece que a tese do descolamento era um mito. E a economia global é integrada - ela é apenas uma única economia, na realidade. E se a economia americana se contrai, todo mundo vai sofrer os efeitos disso. Nos Estados Unidos, as importações estão despencando. Logo, as exportações dos grandes países emergentes, como o Brasil, serão negativamente afetadas. Elas estão em queda livre. Mas se olhamos para os Brics, a Rússia é quem está em pior situação, devido à sua grande dependência do petróleo. E para falar a verdade, creio que no ano passado, o Brasil foi entre os Brics o país com o melhor desempenho. Logo, tais coisas são relativas. Não temos uma crise tão severa como a dos anos 30, pelo menos por enquanto. E creio que não será tão ruim como a dos anos 30. Creio que será algo mais parecido com os anos 80, em termos de problemas como o aumento do desemprego. E se olharmos para aquele período, o Brasil hoje se encontra numa situação muito mais sólida e confortável para enfrentar a desaceleração econômica.

Como o senhor vê a questão da desmoralização do princípio de risco moral?

Vivemos um tempo em que as lições que devíamos ter aprendido das décadas de 1970 e 1980 foram jogadas fora. Hoje tanto os bancos centrais quanto os órgãos reguladores em geral estão repensando essa questão enquanto lidam com a maior crise financeira desde a década de 1930. Para mim, o mais fascinante é ver o renascimento das teorias de John Maynard Keynes. De repente, todo mundo virou keynesiano em termos de política fiscal, mas igualmente extraordinária é a forma como a política monetária americana vem sendo conduzida por Ben Bernanke. As ansiedades de apenas alguns anos atrás, sobre os riscos inflacionários desapareceram. Mas não vejo a questão do risco moral sendo mencionada novamente. Creio é que preciso reconhecer que diante do risco de um enorme colapso do sistema financeiro internacional, a prioridade deve ser evitar o contágio sistêmico - para se evitar justamente a contração monetária que aconteceu na década de 1930, quando o Fed não agiu e acabou agravando ainda mais a crise. Temos que evitar isso, o que por outro não quer dizer que o salvamento de instituições em dificuldades possa ser feito indiscriminadamente.

O senhor acredita que aos olhos da comunidade financeira internacional, a gravidade da crise atual possa a vir a justificar calotes como o que ocorreu com a Argentina no começo da década, levando países em dificuldades em honrar suas dívidas a seguir o mesmo caminho?

Creio que ninguém quer seguir o exemplo da Argentina, o país do continente americano que já enfrentou o maior número de crises. Trata-se de um país que pode enfrentar uma crise financeira mesmo quando as coisas estão indo bem para os demais países. E o problema com a sucessão de crises argentinas é que elas praticamente impossibilitam que o país alcance um padrão de desenvolvimento sustentável. Já o Brasil se tornou um país em que sua dívida externa tem um papel muito menor hoje em dia. E a pujança da economia brasileira - mesmo diante da crise atual - é que nos últimos dez anos o país escolheu tomar as decisões acertadas, mesmo que elas significassem fazer sacrifícios, evitando os erros do passado, como o descontrole inflacionário e os calotes, além de mudar a lei de forma errática, como tem acontecido na Argentina em relação às regras dos fundos de pensão. Nada que aconteceu desde 2007 invalida a política macroeconômica brasileira. E tampouco os últimos anos justificam a conduta argentina. Tanto o Brasil quanto o Chile fizeram progressos enormes se comparados com a Argentina. No Chile, graças às reformas implantadas nos anos 80, hoje eles são o país latino-americano mais estável para atrair novos negócios.

Existem riscos de que a atual crise produza uma nova onda de protecionismo no comércio mundial?

Creio que sim, porque vários países já aumentaram suas tarifas e a Rodada de Doha acabou fracassando. Em épocas em que as economias se contraem e o desemprego cresce, os políticos julgam mais tentador seguir políticas protecionistas. Hoje o que mais me preocupam são algumas vozes no Congresso americano, principalmente entre democratas, que estão pedindo regras mais duras para as importações. Ou também um endurecimento sobre o que eles chamam de manipulação da moeda chinesa. Esse é o tipo de coisa com a qual devemos nos preocupar. A verdade é que hoje a globalização vem sendo questionada. Na cabeça de muita gente essa crise deve causar o retrocesso de projetos como de comércio livre e mobilidade de capitais. Eu ficaria surpreso, de uma perspectiva histórica, se não houvesse tentativas de reviver o protecionismo em algumas partes do mundo. Espero que o governo Obama resista a esse tipo de pressão, porque a lição da década de 1930 é clara: ao longo do tempo, uma proteção generalizada do comércio mundial só agrava a crise. Num momento em que o comércio já se contrai, a última coisa que precisamos é tornar as coisas piores do que já são. Na verdade, deveríamos estar pressionando por tarifas mais baixas para ajudar países pobres, como os africanos, a exportar seus produtos agrícolas. Mas politicamente isso é muito difícil de ser feito em tempos de recessão.

De que maneira o Congresso americano, de maioria democrata e protecionista influenciará o governo Obama?

Normalmente, podemos esperar um certo grau de deferência inicial do Congresso em relação ao novo presidente, mas precisamos lembrar de duas coisas: a primeira é que o próprio Obama integra a ala mais à esquerda do Partido Democrata e que ele conta com o forte apoio dos sindicatos, que não são defensores das políticas de livre comércio. E baseado em coisas que o Obama disse durante a campanha, ele não se demonstrou um admirador do Nafta e certamente é muito menos provável que ele busque acordos de livre comércio com os demais países latino-americanos. Logo, esse não é um governo que se pareça comprometido com o livre comércio.


Por Ângela Pimenta - Portal EXAME

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Clientes do Santander avaliam oferta de indenização

Charles Penty, Bloomberg News, de Madri03/02/2009
Os clientes do Banco Santander que enfrentam prejuízos gerados por investimentos feitos com Bernard Madoff fizeram fila ontem nos escritórios do banco em Madri para discutir sua oferta de indenização. Nem todos estavam aceitando o acordo. "Não vou assinar", disse José Luis del Barrio, arquiteto de 62 anos e cliente "toda a vida" do Santander. "Só houve mentira e negligência", disse ele, ao integrar-se ao grupo de pessoas aglomerado à porta do departamento de administração de grandes fortunas que tentava sair do banco, sob forte chuva, no Paseo de la Castellana, em Madri.
O Santander começou a convocar os clientes espanhóis na semana passada para agendar encontros pessoais sobre sua aceitação da oferta do banco de ressarci-los com ações preferenciais, que pagam 2% ao ano. O banco, o maior da Espanha, está tentando encerrar com acordo os prejuízos causados por 1,38 bilhão de euros (US$ 1,7 bilhão) aplicados junto a Madoff por sua rede mundial de administração de grandes fortunas.
O Santander, sediado na cidade espanhola de mesmo nome, anunciou a pretendida indenização na semana passada para proteger suas relações com os clientes, na primeira oferta do gênero formulada por um banco atingido pela suposta fraude. Madoff foi preso em 11 de dezembro e acusado de empregar bilhões de dólares aportados por novos investidores para remunerar os aplicadores mais antigos, num esquema piramidal.
O Santander não permite que os clientes vejam o contrato antes de suas reuniões com o banco e, em alguns casos, está lhes dando o prazo de até o próximo dia 5 deste mês para aceitar suas condições, disseram Fernando Zunzunegui e outros advogados que representam os clientes espanhóis em questões relacionadas a Madoff. Um porta-voz do Santander preferiu não comentar o caso.
O banco diz não haver no contrato prazo final para os clientes aceitarem suas cláusulas. "Estou grato por esta oportunidade de enfrentar o problema, uma vez que esta pode ser a melhor solução nestas circunstâncias´´, disse José María Zazo, vendedor de artigos para caça com 400 mil euros investidos no banco. Ele diz ter assinado o contrato na manhã de ontem.