segunda-feira, 27 de abril de 2009

A FATURA COMEÇA A CHEGAR AO GOVERNO



Artigo publicado no DCI, edição de 13/04/09
Paulo Sérgio Xavier Dias da Silva
psxds@hotmail.com


A máxima “ se a economia vai bem, tudo vai bem “, parece cada vez mais apropriada para o recente caso brasileiro.De fato, enquanto o mercado interno crescia vigorosamente, mais a reboque da expansão do comércio internacional, a popularidade do governo Lula parecia intocável.
Os sucessivos escândalos oriundos tanto do seu primeiro escalão, quanto da sua base aliada no Congresso, protagonista do famigerado mensalão, não eram capazes de abalar a reputação e o julgamento do desempenho governamental e, muito menos do nosso Presidente.Ao cidadão comum bastava, o seu emprego, o aumento da renda e os programas assistenciais que retiravam muito de nossos irmãos da pobreza absoluta.
Até boa parte da classe empresarial compartilhava daquela aprovação, pois a economia estava aquecida, e até os equívocos da política monetária eram tolerados.
Mesmo a oposição, sem dispor de um programa econômico alternativo, ficava quase sempre silenciosa, em cima do muro e sem forças para reagir politicamente, com medo da falta de respaldo popular.
Quando algum esclarecido argumentava que o crescimento tão enaltecido pelo governo era inferior aos de muitos países emergentes, que os juros básicos estavam em patamares estratosféricos e que o governo não estava fazendo sua lição de casa, era taxado de inconformado e pessimista.
A frase preferida “ nunca na história desse País ... “ precedia o anúncio das conquistas, muitas delas só resultaram em projetos incompletos ou promessas, e ficamos aguardando a ocorrência “ do espetáculo do crescimento “.Entretanto, a crise econômica internacional, apelidada pelo Presidente, de marolinha, chegou para valer.
Como imaginar que uma crise financeira de sérias proporções gerada no seio da maior economia do planeta - responsável por grande porcentagem do comércio internacional e sendo o dólar, a moeda oficial das transações mundiais - não teria maiores repercussões no Brasil? Seria muita ingenuidade ou sinal de arrogância e soberba.
Era evidente que o nosso primeiro mandatário não poderia sair apregoando o pessimismo, mas deveria ter reconhecido que apesar da crise ter conotação global, o Brasil estava em condições para enfrentá-la.E realmente estava, como comentamos no artigo do DCI, de 11 de fevereiro deste ano. Mas a equipe econômica não se preparou para enfrentar desafios e ficou na inércia, torcendo para que os efeitos adversos fossem mais brandos e de ligeira duração.
O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda afirmava nos EUA, depois do primeiro encontro entre os presidentes Lula e Barack Obama, que o governo ainda tinha muita bala na agulha. Só que a fera, ou inimigo a ser liquidado está crescendo e vindo para cima, e, se os disparos demorarem, não adiantará ter um revólver: será necessário acionar rapidamente, um canhão de grande calibre.
Até quando teremos essa poderosa arma em nosso arsenal econômico ?O Banco Central, guardião de nossa moeda, com todos os dados e informações disponíveis, teve uma atitude míope, de manter por longo tempo, o juro básico extremamente elevado, na contramão das demais economias, e subestimou os efeitos da crise.
Só recentemente, admitiu seu erro, como consta do último relatório de inflação, divulgado em 30 de março, reconhecendo que, mesmo se a taxa Selic for reduzida para um dígito, a inflação ficaria abaixo do centro da meta.
Aliás, o final do mês de março foi um período nada agradável para o governo, repleto de más notícias, que devem servir de alerta para uma mudança radical da postura dos mentores da política econômica:
- retração do nível de atividade e dos investimentos, principalmente do setor industrial.
- redução da projeção do crescimento do PIB ( Produto Interno Bruto )estimada pelo Banco Central, para 2009.
- aumento do desemprego;
- início dos protestos dos sindicatos dos trabalhadores;
- decréscimo na arrecadação de tributos;
- corte substancial no orçamento, afetando inclusive setores estratégicos como educação e segurança;
- queda na avaliação do governo federal nas últimas pesquisas;
- diminuição na aprovação do desempenho pessoal do presidente.
Ou seja, parece que a festa acabou , mas os escândalos continuam. Enquanto as empresas cortam custos e demitem pessoal, o Palácio da Alvorada continua com quase 1.800 funcionários , repleto de assessores bem remunerados, e o Senado, ainda está superlotado com 131 diretores, depois da extinção de 50 diretorias. Faltava espaço para tanto diretor, que até inventaram diretorias virtuais.
Só restava ter sido criada a Diretoria para Assuntos Escusos e Aleatórios.
Como o ambiente está mudando, as faturas da inércia e da incompetência da área econômica estão chegando para o governo pagar. Se elas continuarem a serem enviadas para ao Palácio da Alvorada, em valores cada vez mais elevados, será que o governo vai ter “ mais dinheiro político e apoio popular “ para pagá-las ?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O PÂNICO E A CRISE





O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na última terça-feira, que o governo não está vendendo otimismo e que "às vezes chego a pensar que 50% da crise é um pouco de pânico".Está correto o senhor presidente em enfatizar o papel das expectativas na duração e intensidade das fases do ciclo econômico. Nesse mundo, como já disse Benjamin Franklin, só temos duas certeza: a da morte e a dos impostos. Todos os nossos atos resultam de uma avaliação que toma por base expectativas, seja na vida econômica, na vida afetiva e em casos mais prosaicos – como a decisão de sair de casa ou não com um guarda-chuva. Um pessimista sempre sairá de casa com um guarda-chuva.Como disse o presidente, se todos se tornam pessimistas com a economia, a chance da crise aprofundar aumenta. Contudo, não vivemos só de pessimismo. O senhor presidente afirmou também, no discurso feito em Telêmaco Borba, que vivemos um momento de estabilidade e credibilidade política – o que também é fato, graças à austeridade da política monetária e a despeito da frouxidão da política fiscal.O que alguém deveria fazer é dizer ao senhor presidente a real gravidade da crise que se abateu sobre nós. Não é necessário realizar qualquer pesquisa para coletar os dados e fazer a análise. Está tudo prontinho na Carta IEDI nº 356, A crise internacional e a economia brasileira: o efeito-contágio sobre o mercado de crédito em 2008. Quem disse ao presidente, nos idos de outubro e novembro do ano passado, que o que viria era uma "marolinha", deveria agora retratar-se e mostrar porque a economia brasileira retraiu-se tanto a partir do fatídico 15 de setembro da quebra do banco Lehman Brothers, que precipitou a fase mais aguda da crise.O mercado de capitais brasileiro já vinha de uma perda de dinamismo muito antes dos sinais mais evidentes da crise, pois desde o início do ano passado as linhas de crédito externas tinha começado a se retrair. Essa retração foi compensada pela expansão do crédito interno, não somente para ocupar o espaço deixado vago pelo encolhimento da liquidez externa, mas também pelo forte aquecimento da economia – que se acentuou ao longo do ano até setembro– e pelo crescente investimento das empresas brasileiras, muitas delas utilizando instrumentos heterodoxos de captação e de hedging contra o que se supunha então ser uma tendência ilimitada de valorização do real.Todo esse quadro se reverteu, de forma abrupa e forte, a partir de setembro. No exterior, os bancos aumentaram sua demanda por caixa para fazer face às perdas nos mercados de hipotecas subprime e seus derivativos, sugando recursos que estavam anteriormente aplicados em linhas de crédito nos mercados interno e externo.No Brasil, um grande número de empresas estava se financiando com base em complexos contratos lastreados em derivativos cambiais, negociados nos mercados de balcão. Estima-se que o valor desses contratos tenha ultrapassado R$ 60 bilhões. Coube aos bancos prover a necessária liquidez no momento em que esses contratos trouxeram perdas monstruosas para as empresas que estavam se financiando através deles.Adicionalmente, a retração das linhas externas agravou os problemas de liquidez, particularmente dos bancos de porte médio e pequeno que constituem a principal fonte de financiamento das pequenas e médias empresas brasileiras.Em meio às mudanças súbitas no mercado, os bancos se tornaram mais cautelosos na concessão de crédito e a liquidez começou a "empoçar", na linguagem do meio. O BNDES interveio como emprestador da grande empresa e o Banco do Brasil comprou uma parte das carteiras de crédito dos bancos de pequeno e médio portes, para aliviar o aperto na liquidez dessas instituições.O resultado líquido, contudo, pode ser expresso em um único número: o crédito, que na comparação de setembro de 2008 com setembro de 2007 vinha crescendo a uma taxa de 45%, contraiu-se violenta e subitamente para 39%, na comparação de dezembro contra dezembro – a despeito da liberação dos compulsórios pelo Banco Central bem no início da crise, a partir de 24 de setembro.Portanto, se pânico houve, é porque havia bons motivos para isso. A questão agora, quando o choque inicial já passou, é saber como se irá gerir a economia em um ambiente a caminho da recessão e com forte queda na receita tributária. Se tudo for bem encaminhado, desta vez não haverá razão para novos pânicos.


Roberto Fendt é economista

Fonte: Diário do Comércio - www.dcomercio.com.br

Fonte: Diário do Comércio - www.dcomercio.com.br

terça-feira, 7 de abril de 2009

Bradesco mantém-se como marca mais valiosa do país; BB cai uma posição





O Bradesco encerrou o ano passado como a marca mais valiosa do país, repetindo o feito do ano anterior, segundo pesquisa da consultoria Brand Finance divulgada nesta terça-feira. A marca está avaliada em R$ 16,265 bilhões. Em seguida, o ranking traz outros dois bancos: o Itaú, cuja marca é avaliada em R$ 11,814 bilhões, e o Banco do Brasil, em R$ 7,415 bilhões. Enquanto o Itaú subiu quatro posições (o banco estava em sexto em 2007), o BB caiu uma, perdendo a vice-liderança. A Petrobras, maior empresa listada na Bolsa de Valores de São Paulo, subiu da oitava para a sétima posição, com sua marca avaliada em R$ 5,904 bilhões. A Vale, maior companhia privada da Bovespa, avançou do 16º para o 11º lugar, tendo sua marca atingido o valor de R$ 4,086 bilhões.
Veja o ranking das marcas mais valiosas (em R$ bilhões)
Bradesco - 16,2652.
Itaú - 11,8143.
Banco do Brasil - 7,4154.
Volkswagen - 6,6295.
AmBev - 6,3986.
Vivo - 5,9347.
Petrobras - 5,9048.
General Motors / Chevrolet - 5,8749.
Oi / Telemar - 5,47410.
Fiat - 5,075

SE QUEM ME CONHECE NÃO ME QUER MAIS, QUEM HÁ DE QUERER?




Se quem me conhece não me quer mais, quem há de querer?
Tem sido intensa, nos últimos anos, a migração de profissionais para o segmento de consultoria. Essa busca pela atividade é uma tendência e se deve ao fato de o mercado constantemente receber executivos qualificados, geralmente na faixa dos 50 anos, em busca de uma segunda carreira após desligamentos provocados por fusões, aquisições, enxugamento de postos de trabalho ou demissão por motivo de faixa idade mais avançada. Com 39 anos de vivência no segmento, Luiz Affonso Romano, presidente do Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização (IBCO), professor e consultor da Fundação Getulio Vargas e coordenador e professor do Curso Capacitação em Consultoria, inspirou-se na situação para escrever este ensaio, que reproduz um encontro real com um executivo, o nome é fictício, com pouco mais de 50 anos, que procurou o aconselhamento do consultor após ter sido informado pela empresa que o desligamento por tempo de serviço não se daria mais aos 55 anos, e sim dali a alguns meses. O primeiro diálogo com o executivo, na jovialidade dos 50 anos, está retratado a seguir:Consultor – O que você pensou e sentiu quando foi avisado?Executivo – É que chego aos cinqüenta capitalizado em saber, maduro, com um MBA, apartamento próprio, casa na praia, poupança, plano de previdência, cargo na alta direção, enfim, tudo a que tinha direito... Além disso, no setor, conheço quem importa e interessa e sou reconhecido pelo nome.Consultor – Ótimo, e a saúde? Executivo – A pressão às vezes escapole e o colesterol está um pouco acima do normal – nada grave. Faço lá meus exercícios e ando quando posso, quando não estou viajando.Consultor– Bem, e como vão os contatos sociais?Executivo – Pois é, estou no primeiro casamento . De quando em vez, ainda vamos ao teatro e cinema. Acho que me comunico bem com as pessoas, com os companheiros do clube, por exemplo. Aliás, até escuto mais do que falo e acho que estou por dentro do que ocorre no mundo. Tenho dois filhos cursando a universidade.Consultor – Educação?Executivo – Preparei–me e fui bem preparado pelos meus pais. Estudei em, bons não, ótimos colégios particulares; inglês, etc. Aulas de judô para diminuir a agressividade... Formei–me em Engenharia – era bom com os números –, fiz estágios diversos e acabei por ser efetivado numa multinacional. Daí, fui ficando por lá, fazendo carreira. Acabei por alcançar a Diretoria Financeira, na qual estou até hoje...Consultor – Como será a dispensa?Executivo – Prometeram-me ajuda na recolocação. Indenização e salário de 6 meses, seguro médico... Mas se a empresa que me conhece há mais de vinte anos não me quer mais, quem há de querer?Consultor – E quando se dará o desligamento?Executivo – Acho que daqui a um ano. Por isso estou aqui, preciso dos seus conselhos O que faço agora?Consultor – E até agora, após a notícia, o que você fez em relação a isso?Executivo – Fiquei meio que paralisado. Engraçado, não havia pensado nisso antes. Imprudência, é claro, pois havia de ocorrer algum dia. Mas achava que daria um jeito de permanecer mais tempo, após os 55. Afinal, eles precisavam de mim – não tem ninguém com minha experiência. Comuniquei a minha mulher– que ficou bastante preocupada, embora não quisesse revelar e conversei com o meu gerente, mais moço um ano que eu, que ficou atordoado. Consultor – Por quê?Executivo – É que ele é meio pessimista e pensou no daqui a dois anos e demonstrou as suas preocupações. Disse-me: "Não tenho casa na praia e ainda pago pensão a minha primeira mulher, dois filhos com a primeira e um com a segunda. Acabei por parar meu MBA – a empresa só pagava parte. E mais, sou meio sedentário, hipertenso, vivo de casa para o trabalho e vice–versa. Minha diversão é a televisão e fazer contas para pagar gás, luz, condomínio, pensão, escola, plano de saúde, previdência, prestações do carro, TV plana... haja carnê! Enfim, ficou assustado.Consultor – E você? Executivo – Bem, disse a ele que, com mais tempo que eu, tratasse de correr. Quanto a mim, tenho uma larga experiência na área de Finanças. Daí que agora estou propenso a procurar uma oportunidade em Consultoria, na área financeira. É cedo para só ver o sol se pôr, ser babá de neto – que nem os tenho –, fazer compras no mercado ou dar milho aos pombos, como dizia Raul Seixas.Consultor – Ótimo, mas como acha que o mercado o percebe?Executivo – Acho que sou visto como um bom executivo de finanças, atualizado, com os cursos em dia, leio bastante acerca da área e participo de um comitê. Mas uma coisa é a competência técnica, na área financeira – o que, por si só, não me credencia a trabalhar em Consultoria. Vou precisar, antes, conhecer as diversas facetas dessa atividade, e até mesmo saber se é isso mesmo que desejo.Consultor – E como você crê que é e será lembrado?Executivo – Sou conhecido como Nestor da WYZ, o nome do crachá. Além de não ter trabalhado o meu nome real – a minha marca –, não me afastei do enredo traçado pelos meus pais e por mim e cantei a mesmíssima música por 20 anos. Agora, vejo com nitidez que perdi a possibilidade de dirigir a minha vida, tornei–me vulnerável a mudanças.Consultor – É que é mais cômodo e fácil ser dirigido. No entanto, você não começa do zero. Trará a memória idéias e projetos que aprovou ou não, teorias e práticas, padrões, exceções e modismos gerenciais e quem sabe, fazer a conversão de forma planejada, com um bom plano de trabalho, revendo conceitos e premissas . Formatará um rico banco de dados, bem segmentado – companheiros, fornecedores, clientes, bancos, seguros, governos, advogados, para se apresentar ao mercado de forma articulada e convincente, no momento oportuno.Executivo – Mas como fazer isso? Vou ter que aprender tudo de novo aos cinqüenta anos?Consultor – Esquecemos que o cérebro quanto mais estímulos recebe mais capacitado está para fazer uma grande dobradinha com a experiência. A maturidade passa a ser um trunfo. O Niemeyer, por exemplo, não abandonou o trabalho e é um exemplo para todo mundo. Agora, aos cem anos, sabe mais e cria mais do que um jovem ou, digamos, um novo idoso de cinqüenta. Executivo – É, tem razão. Eu, por exemplo, não me surpreenderia com os subprimes, os indícios estavam à vista, como estão hoje os excessos nas vendas dos carros por aqui. Sou experiente e já enfrentei inflação de 5.000%, arrochos, moratória, congelamentos, desvalorizações... Para quem está maduro, isso é café pequeno, principalmente, para os que também leram os capítulos certos dos livros de economia e de gestão.Consultor – Certo, apenas você terá que aprender, talvez, a se programar e dirigir melhor a sua carreira, redirecionando–a.Executivo – Parece–me uma boa idéia. Quando começamos o programa para a Consultoria? Consultor – Pelo início. Adotaremos o seu próprio nome e sobrenome, o de batismo, o da certidão de nascimento. Escolha, preferencialmente, o primeiro, que por acaso não é comum, e o último sobrenome. Será uma bela placa.Executivo – Ótimo, mas não posso ainda usá–la pela minha posição na empresa. O contrato impede–me e estou negociando empréstimo, contatos com o governo, importações de insumos e matéria–prima, analisando a exportação de produtos de alto valor agregado. A situação pode ser explorada pela concorrência. Estou retido ainda no atropelo das minhas atribuições.Consultor – Boa conduta. Vamos traçar um plano de vida e trabalho e aprender a dirigi–la. Vamos analisar o que você sabe e o que fará com que sabe e o que ainda vai agregar de novo. Lembre-se, o futuro é filho do passado.Executivo – Muito bem. Acho que podemos iniciar já. Afinal, tenho pressa, só me resta um ano.Consultor – Pois então, iniciemos com um Plano de Vida e Trabalho para os próximos dez anos. Assim, discutiremos à exaustão como você se vê, como crê que os outros o vêem, como o mercado o enxerga, como você gostaria de ser visto, como montar a rede de contatos, os bons hábitos da comunicação, o grau da sua visibilidade, da sua exposição, aprendendo a se apresentar, a ensaiar o improviso, saber ouvir e saber perguntar é importante, intervir na hora certa... Em Consultoria, por exemplo, a primeira reunião, de contato com o cliente, é sempre importante, assim como tudo aquilo que você deve saber antecipadamente sobre ele, e também, como poderá ajudá–lo a superar problemas e dificuldades. Sempre é bom indagar de quanto tempo dispomos nas apresentações; ser conciso e não levar adiante um trabalho que não saiba como fazê–lo... Além disso, terá que avaliar se há informações suficientes para elaborar uma boa proposta para as duas partes, qual o instrumento de trabalho que utilizará na intervenção, se ela exigirá um período de treinamento ou não, quais as mudanças pretendidas, como avaliar seus resultados. Quais foram as razões para a contratação, como elaborar o diagnóstico e o Plano de Trabalho, quais são os fatores críticos, quando e como apresentar os relatório. A implementação, o acompanhamento e a tão aguardada recontratação. O mercado, quem são os clientes tradicionais e os novos, as formas de atuação dos consultores, o marketing de serviços, as formas de atuação em consultoria...Como aprender tudo isso? Ora, por isso mesmo estamos nós dois a conversar. Quem sabe, após o nosso programa, lá na frente, poderá contemplar, com tranqüilidade e satisfação, que ultrapassou, capitalizado em saber, experiente e com uma rede de relacionamento esmerada, os desafios do 2ª trabalho, que achava insuperáveis. E que consegue se manter fora do mundo do emprego, da carteira assinada.Perceberá então que aprendeu, principalmente, que as ocorrências do amanhã serão certamente encaradas com serenidade e até bom humor, porque já dominará a arte de planejar e dirigir a “segunda” vida com mais qualidade, satisfação e auto–crescimento.


Assim, vamos lá, Nestor, mãos à obra


.Luiz Affonso Romano é consultor organizacional e de pessoas há 30 anos e professor do Curso Capacitação em Consultoria.


12 de dezembro de 2008 às 16:01Leia na integra pelos sites ....



segunda-feira, 6 de abril de 2009

FMI pressiona leste da UE a adotar o Euro.




Os Estados da União Europeia atingidos pela crise na Europa central e oriental deveriam considerar abrir mão de suas moedas em favor do euro mesmo sem se juntarem formalmente à eurozona, de acordo com o Fundo Monteário Interncional.A eurozona poderia afrouxar suas regras de adesão para que os países pudessem entrar como semimembros, sem cadeiras no conselho do Banco Central Europeu, diz o fundo."Para os países da UE, a euroização oferece os melhores benefícios para resolver o acúmulo de dívida em moeda estrangeira, removendo a incerteza e restaurando a confiança.""Sem a euroização, alguns países teriam de fazer uma contenção de gastos massiva para lidar com a dívida em moeda estrangeira, contra uma resistência política crescente".A divulgação do relatório confidencial, preparado há cerca de um mês, pode reacender o debate violento em relação às estratégias de assistência para a Europa central e oriental.Ainda que os líderes globais tenham elogiado o sucesso da cúpula do G20 na semana passada, os desafios da Europa oriental continuam existindo. Em meio a uma recessão que se aprofunda, Ucrânia e Latvia, dois Estados que já estão em programas do FMI, recentemente recusaram-se a aprovar as reformas exigidas pelo FMI. Um terceiro país, a Hungria, está com dificuldades para criar um governo capaz de implementar as reformas.O relatório do FMI foi compilado para apoiar uma campanha de Reconstrução e Desenvolvimento do Fundo, do Banco Mundial e do Banco Europeu para persuadir a UE e os Estados do leste europeu a apoiarem uma estratégia anti-crise de amplitude regional, incluindo um fundo de resgate regional. A campanha fracassou em meio a uma oposição generalizada tanto dos Estados do oeste quanto do leste europeu.Membros da eurozona também são contra facilitar as regras de entrada no grupo, assim como o BCE.O FMI, que prevê um declínio de 2,5% n produto interno bruto regional em 2009, estima que a "Europa emergente" - incluindo a Turquia - precisará rolar US$ 413 bilhões de dívida externa que vencem em 2009 e cobrir US$ 84 bilhões em dívidas de conta corrente projetadas.O relatório estima que o "abismo financeiro" - dinheiro que as instituições financeiras internacionais, a UE e os governos precisarão - será de US$ 123 bilhões este ano e US$ 63 bilhões no próximo, ou seja, US$ 186 bilhões no total.A maior parte disso poderia vir do FMI. Mas o relatório diz que "até US$ 105 bilhões" teriam de vir de outras fontes, inclusive da UE.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

BOVESPA EM ALTA



Saldo estrangeiro na Bolsa atinge R$ 1,44 bi e é o melhor em quase um ano


Pelo segundo mês consecutivo, o investidor estrangeiro atuou com mais intensidade na ponta compradora da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O saldo de negociação direta fechou o mês de março positivo em R$ 1,44 bilhão, melhor resultado desde abril do ano passado. Com isso, o saldo no acumulado do ano passa a ser positivo em R$ 1,33 bilhão.De acordo com a Gradual Investimento, o retorno do investidor estrangeiro reflete o arrefecimento da crise de confiança, seguindo medidas sem precedentes tomadas por governos e bancos centrais para conter a crise de crédito.
Lula propõe substituir dólar por real e yuan em comércio





Fora isso, a política monetária expansionista de muitos países desenvolvidos para tentar debelar a recessão jogou para praticamente zero a rentabilidade dos títulos de renda fixa. Com isso, é natural que alguns gestores voltem a ter o Brasil no radar como opção de investimento.Mas, por ora, os economistas da Gradual acreditam que ainda é cedo para afirmar que esta seja uma tendência. Os riscos ainda são altos para o estrangeiro aplicar no país. O exemplo dado é a taxa de câmbio, que ainda não tem tendência definida, e é fator crucial para a tomada de qualquer decisão de investimento. " No entanto, é interessante notar, com certo alívio, que a bolsa está sendo vista com bons olhos de novo. " A compra líquida de ações durante o mês passado ajuda a explicar o desempenho positivo do Ibovespa no período. O principal índice da bolsa brasileira acumulou alta de 7,18% em março, melhor desempenho mensal desde abril de 2008.No mês passado, os não residentes efetuaram compras no valor de R$ 30,908 bilhões, enquanto as vendas somaram R$ 29,467 bilhões.(Eduardo Campos Valor Online)