sábado, 3 de janeiro de 2009

O euro aos dez anos: força e problemas




Com a adesão, antes de ontem, da Eslováquia, o euro, a moeda única europeia, circula agora em 16 países da União Europeia (UE), área com 329 milhões de habitantes que detêm 16,5 % da riqueza mundial.No início de 2010 será adotado na Lituânia e, na sequência, na Letônia, Hungria e Polônia. A República Checa, que neste ano ocupa a presidência da UE, curiosamente ainda não usa o euro, mas aderirá , assim como a Romênia, Bulgária e Estônia.A despeito das críticas que marcaram a sua criação e das muitas que ainda recebe, a moeda europeia provou ser um poderoso fator positivo na longamente buscada unificação do continente - tanto quanto a criação, ao longo dos anos 50, do Mercado Comum Europeu e, certamente, mais do que os muitos tratados políticos e diplomáticos formalizados entre países até meados do século 20.A estabilidade diante das moedas nacionais de fora da sua zona aparece, comprovadamente, como a grande força do euro, mais uma vez colocada em teste ao longo de 2008. Na enorme turbulência financeira que marcou principalmente o segundo semestre do ano findo, o euro, segundo levantamento feito pelo Banco da Inglaterra, valorizou-se 12% em comparação com uma cesta das 14 divisas mais importantes.Como a Inglaterra é a única grande potência europeia que se apega à libra esterlina - tanto quanto se apega à rainha -, a garantia de estabilidade que o euro tem oferecido pode despertar second thoughts em muitos nativos da ilha.Mas muitos comentários na imprensa europeia apontam, ao lado dos benefícios que a moeda trouxe para a integração continental, os problemas que, em parte, podem ser atribuídos à unificação monetária. Entre eles, os principais têm sido o encarecimento do custo de vida - muito grave para alguns dos países afetados -, as maiores dificuldades para se controlar a inflação e a relativa perda de competitividade da economia europeia.Esses problemas, que de certa forma impõem aos governos europeus a adoção de políticas protecionistas que talvez não lhes agradem como estratégias de longo prazo, são considerados, em geral, como decorrentes da ausência de coordenação entre as políticas econômicas nacionais. O que já levou a própria Comissão Europeia a reconhecer, em comunicado oficial, que "é preciso aprofundar a supervisão econômica, corrigindo as divergências em temas como crescimento, inflação e competitividade".

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