terça-feira, 2 de dezembro de 2008

"Estão demonizando os derivativos "




Para o presidente do Conselho da BM&F Bovespa, quem se recusar a usar o instrumento financeiro estará fazendo “besteira”


Pairava um certo otimismo entre os principais executivos da BM&FBovespa nesta segunda-feira na capital paulista. Durante coletiva de imprensa, o diretor-presidente, Edemir Pinto, e o presidente do conselho de administração, Gilberto Mifano, concordaram que a pior fase da crise econômica já passou. No entanto, não quiseram afirmar em quanto tempo o tsunami financeiro terminará de vez. "Por mim, terminaria em alguns dias", brincou Mifano.
Os problemas verificados por muitas empresas a partir de aplicações envolvendo derivativos ganharam destaque durante o encontro. Para os diretores da maior bolsa de valores da América Latina, é normal que as companhias continuem usando estes instrumentos. Mifano lembrou que, no passado, várias empresas ganharam muito dinheiro com os derivativos. Por isso, segundo ele, não é justo que venham à tona somente os prejuízos de agora. Como exemplo, o executivo disse que o dólar demorou um ano e meio para saltar de R$ 1,55 para R$ 1,85. Nesse período de estabilidade, muitas companhias lucraram com essa modalidade de investimento. "Estão demonizando os derivativos", reclamou Mifano. Para ele, uma empresa que se recusa a usar instrumentos de risco baseados em derivativos está fazendo uma "besteira tão grande quanto as companhias que usaram o mesmo instrumento para especular".
Edemir Pinto aproveitou a ocasião para assegurar que a BM&FBovespa vai acelerar sua política de educação financeira para empresas. E o uso de derivativos vai continuar a ser um dos principais temas abordados nestes cursos. A bolsa retomará um acordo com a Federação e o Centro das Indústrias de São Paulo (Fiesp/Ciesp) para dar continuidade a estes programas.


MARCOS GRACIANI - AMANHÃ.

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