terça-feira, 16 de dezembro de 2008

PIRÂMIDES OU MEGA - FRAUDES ?


17 DEZ 08 - Caso Madoff: SEC fará investigação interna

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities Exchange Commission, ou SEC, o órgão americano que fiscaliza o mercado de capitais) ordenou uma investigação interna para apurar porque a fraude bilionária do financista Bernard Madoff não foi detectada antes.A SEC admitiu que recebeu repetidamente alegações "confiáveis" e "precisas" sobre as práticas comerciais de Madoff desde 1999.Além de examinar as alegações feitas no passado, a investigação também vai se concentrar nas relações entre funcionários da comissão e a família Madoff.Acredita-se que o financista estava à frente do que está sendo considerado o maior esquema "pirâmide" do mundo, no valor de US$ 50 bilhões.Madoff, preso na quinta-feira passada, gerenciava um fundo que pagava juros anunais de cerca de 10%, mas promotores afirmam que, na verdade, ele usava dinheiro de novos investidores para pagar os antigos.Bancos e instituições financeiras de várias partes do mundo tinham investimentos com o financista, mas ainda não se sabe o total de perdas sofridas no esquema.Entre eles estão os bancos espanhóis Santander e BBVA, o banco francês BNP Paribas, Royal Bank of Scotland, HSBC e Nomura, do Japão.Ricos investidores privados e organizações beneficentes também estão entre as vítimas do esquema de Madoff - inclusive a fundação Wunderkinder, do diretor de cinema Stephen Spielberg.
16 DEZ 08 Brasileiros foram vítimas de Madoff
LEANDRO MODÉ E MÔNICA CIARELLI - Agencia Estado

SÃO PAULO E RIO - A maior fraude da história do sistema financeiro dos EUA alcançou também o Brasil. Desde sexta-feira, dispararam as consultas de investidores a escritórios de advocacia. Eles querem saber se podem recorrer à Justiça, no exterior, para recuperar recursos aplicados em fundos geridos pelo americano Bernard Madoff. Ele foi preso na quinta-feira, em Nova York, acusado de comandar um esquema de pirâmide cujos prejuízos globais são estimados em US$ 50 bilhões. De lá para cá, pipocam no mundo todo informações sobre pessoas físicas e instituições financeiras e de caridade que tinham dinheiro investido nos produtos de Madoff.Ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq, o gestor, de 70 anos, era uma lenda de Wall Street. Os fundos administrados por ele eram conhecidos por seu desempenho constante, sem grandes oscilações. São pelo menos dois os canais por meio dos quais os investidores brasileiros se expuseram à fraude. Um deles é o Fairfield Greenwich Group, que se define, na página na internet, como especialista na aplicação em ativos alternativos. Segundo o site, o grupo tem uma representante no Brasil, Bianca Haegler, que não foi encontrada pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.Em comunicado aos clientes, o Fairfield informou que, dos US$ 14,1 bilhões sob a sua administração, aproximadamente US$ 7,5 bilhões estavam aplicados em veículos financeiros ligados a Madoff. O jornal tentou contato com a assessoria de imprensa do grupo, que fica nos Estados Unidos, mas não obteve retorno.O outro canal de transmissão para o Brasil já conhecido é o private banking, segmento voltado para clientes de alta renda, do grupo espanhol Santander. A área de private banking para América Latina, localizada em Miami, tem vários clientes brasileiros. Segundo uma fonte, muitos aplicaram recursos em fundos de Madoff oferecidos pelo Santander. Diferentemente do que ocorre no Brasil, no exterior é comum uma instituição financeira oferecer produtos de marcas diversas. O Santander divulgou um comunicado no fim de semana no qual admite uma exposição de 2,33 bilhões de euros a fundos geridos por Madoff.A maior parte do dinheiro - 2,01 bilhões de euros - pertence a investidores institucionais e clientes do private banking internacional. O restante integra carteiras de investimento de clientes do private banking na Espanha. Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Santander informou que não vai se pronunciar especificamente sobre clientes brasileiros.CVM?Não vejo absolutamente nada parecido com isso por aqui. Espero não estar enganada.? Com essa afirmação, a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, descartou um possível rescaldo para o Brasil do escândalo Madoff.Maria Helena fez questão de enfatizar que, até ontem, não obteve informações mais técnicas sobre o assunto e apenas leu reportagens publicadas em agências de notícias.?É assustador o que saiu (na imprensa). Gente muito, muito qualificada que teria perdido US$ 1,5 bilhão. Então, não é nenhuma brincadeira. Acho que é uma fraude muito bem feita?, afirmou.Segundo ela, o Brasil não deve sofrer rescaldo do caso Madoff porque os fundos do ex-presidente do Nasdaq preso não operavam no País. ?Não tenho como falar muito sobre disso. (..) Eu li todas as matérias, fiquei virando de ponta a cabeça e não consegui entender como uma pirâmide pode fraudar investidores tão qualificados.? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
16 DEZ 08 Investidores 'caem' em fraude de ex-presidente da Nasdaq
Bernard Madoff é acusado de criar 'pirâmide' com dinheiro de bancos e empresas.

- Alguns dos maiores investidores do mundo teriam sido vítimas de uma fraude de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 120 bilhões) aplicada pelo ex-presidente da Nasdaq, Bernard Madoff. O banqueiro de 70 anos foi preso na quinta-feira, um dia depois que teria confessado a pelo menos três empregados que uma de suas empresas, que negociava fundos hedge, era na realidade um "esquema de pirâmide". Entre seus clientes, estariam o banco espanhol Santander e o francês BNP Paribas, além de investidores particulares como o principal dono do time de beisebol New York Mets, Fred Wilpon. Na sexta-feira, um juiz federal apontou um especialista para supervisionar as contas de clientes e os bens das empresas de Madoff. Ele foi libertado após pagar uma fiança de US$ 10 milhões (cerca de R$ 24 milhões). 'Últimos milhões' Madoff fundou a firma de investimentos Bernard L. Madoff Investment Securities em 1960, e mantinha também uma empresa de negociação de fundos hedge. Segundo a queixa registrada na corte pelo procurador-geral dos Estados Unidos, o banqueiro teria dito a empregados que a empresa - que administrava cerca de US$ 17 bilhões (aproximadamente R$ 40,8 bilhões) - era uma fraude e estava insolvente há anos, em um prejuízo de US$ 50 bilhões. Há informações de que ele teria confessado sua intenção de se entregar às autoridades, mas só depois de usar seus últimos US$ 200 milhões a US$ 300 milhões (de R$ 480 milhões a R$ 729 milhões) para pagar "alguns empregados, familiares e amigos". "Ele declarou que estava 'acabado', que não tinha 'absolutamente nada', que 'tudo foi apenas uma grande mentira' e que se tratava 'basicamente de um grande esquema Ponzi'", diz o documento. O esquema, também conhecido como "pirâmide", consiste em pagar rendimentos a investidores usando o dinheiro aplicado por clientes mais recentes. Promotores americanos dizem que, se Madoff for condenado, poderá pegar até 20 anos de prisão, além de pagar uma multa de até US$ 5 milhões. BBC Brasil

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